O dia 31 de Março deve ser sempre relembrado. Nessa data, um
golpe militar foi deflagrado contra o governo democraticamente eleito de João
Goulart, rompendo assim com um mandato que, além de buscar idealizar um novo
projeto de nação, tinha como pretensão a justiça social que seria alcançada com
as reformas de base do governo Janguista.
Em um país onde 91% das pessoas não conseguem atingir o
ensino superior, uma reforma universitária se faz mais que necessária. A
universidade precisa ser repensada, precisa se “pintar de negro e camponês” e
servir como um meio do Brasil atingir sua autonomia.
Em um país onde os trabalhadores rurais encontram-se em
miséria e grande parte das terras ou é improdutiva ou está nas mãos de grandes
latifundiários, a reforma agrária é de extrema urgência e deve apresentar um
caráter popular para que o acesso a terra seja garantido a todos aqueles que
nela trabalham.
Em um país onde os níveis de concentração de renda e
desigualdade social são extremos, as reformas de base são um dos meios capazes
de reverter essa situação. Além disso, nesse momento, torna-se mais que urgente
uma reforma política capaz de tornar os anseios e utopias das classes mais
baixas em realidade.
Nessa conjuntura, por que teríamos que relembrar essa data
obscura? Deve-se relembra-la com a intenção de retomarmos, cada vez mais, o fio
da história que foi interrompido pela ditadura militar. Nesse sentido, o dia 31
de Março deve ser um dia de luta: Um dia de lutar pela justiça social, um dia
de lutar por uma democracia participativa, pelas reformas de base, por um
projeto de nação mais igualitário e por uma nova independência do Brasil.
E num exercício de retomada desse fio da história e numa tentativa de lutar por um resgate da memória de nosso país, iremos idealizar, entre os dias 31 de março e 04 de abril, em nossas mídias sociais, uma série de postagens que se remeterão às pessoas que lutaram contra a ditadura.
Juntamente da rememoração virtual, o CAHIS-UERJ realizará uma série de eventos
ao longo dessa semana, em com outros representantes do movimento estudantil,
como o DAHIS-UFRRJ e CAMMA-UFRJ, e com o apoio de organizações como FEMEH,
OAB-RJ, dentre outras, com o objetivo de discutir, sempre com olhar crítico,
esse que foi o período mais sinistro da história de nosso país. Sendo assim,
contaremos não só com especialistas no assunto, como os professores Oswaldo
Munteal (UERJ) e Mathias Seibel Luce (PPGH-UFRGS), mas também com pessoas que
viveram e lutaram contra a opressão desse período, como os guerrilheiros da ALN
e da Guerrilha do Caparaó, a verdadeira história viva da resistência.
Organizaremos também uma mobilização para o ato contra a comemoração do golpe
no Clube Militar do Rio de Janeiro.
Para que não se esqueça! Para que nunca
mais aconteça!
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