Texto de Gabriel Siqueira
Hoje venho comentar mais uma vitória dos estudantes da UERJ, no dia 13 de maio os alunos de história, ciências sociais e direito foram ao salão nobre da Faculdade de Direito protestar e assistir o lançamento do livro “Luta, substantivo feminino” da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e da Secretaria dos Direitos Humanos.
Esta secretaria tem como representante Nilcéa Freire (ex-Reitora da UERJ) que tenta, a todo momento, fazer campanha política na universidade que deixou em 2003 para assumir o atual cargo de ministra. Para podermos falar da atuação dela como ministra precisamos lembrar suas atitudes como Reitora. O único motivo de Nilcéa ter assumido esta secretaria é o fato dela ser MULHER, pois quando dirigiu a universidade negou ônibus para funcionárias e estudantes participarem da Marcha Internacional das Mulheres em 2000. Ignorou uma das bandeiras dos estudantes que era a creche universitária para que as estudantes-mães não precisassem interromper os seus respectivos cursos. Alguns funcionários da UERJ ainda me lembraram que Nilcéa, quando ainda era vice-reitora, chamou a polícia para reprimir manifestação dos trabalhadores e estudantes da UERJ e por isso foi chamada de “Nilcéa Camburão”.
O Buffet ainda incluiu caixas e caixas de pró-seco "Salton", cuja garrafa de 187 ml custa a partir de R$ 13.
Por todos estes casos o Centro Acadêmico de História foi firme quando convidou o Ministro Paulo Vannuchi para palestra de Direitos Humanos e o mesmo queria trazer a “tira-colo” a nossa Ministra Nilcéa. Nós, como entidade representativa dos estudantes, não poderíamos permitir que a Reitora que disse que o 9º andar ficaria a “Pão e Água” viesse à nossa universidade com intuito de fazer propaganda eleitoral, ainda que tivéssemos grande interesse no lançamento do livro. Nossa firmeza colocou em xeque a vinda do ministro ao debate, e mesmo assim afirmamos que a ministra poderia vir, mas não comporia a mesa. Ficaria junto com a plateia, e se fosse possível, na cadeira quebrada que ela deixou desde quando era reitora em 2003.
O Centro Acadêmico poderia deixá-la vir e vaiá-la, mas não era nossa intenção, pois queríamos um debate balizado sobre o tema “Direitos Humanos” que é tão caro. Queríamos preservar o debate, não fazer um circo em torno da Ministra ou ex-Reitora porque não temos nenhuma relação pessoal, nem partidária com ela, pelo contrário, nossa relação com ela é política, pois somos defensores da universidade pública, laica, gratuita e de qualidade. Nesse sentido, estamos em oposição às políticas da mesma, seja na posição de Ministra, seja na posição de Reitora. Estamos também na defesa de todas as mulheres exploradas, torturadas, e violentadas física ou psicologicamente. Nossa defesa da Mulher e da UERJ valeu a falta do Ministro Vannuchi ao debate do CAHIS (“Quem São os Humanos que Têm Direitos no Brasil? em 19/04/2010). Não nos envergonhamos disso, pelo contrário, temos orgulho de nossos princípios, pois estes são inegociáveis. Fizemos um pequeno protesto no Lançamento do Livro que os alunos de história nem sequer ficaram sabendo, pois o evento do NIBRAHC e da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH) foi divulgado apenas no curso do Direito, deixando claro o medo que estas pessoas têm dos estudantes de história. Deve ser aversão à CRÍTICA. É preciso deixar claro que este evento só encheu graças aos manifestantes que eram maioria. E por causa destes mesmos manifestantes, ou seja, nós, a ministra desistiu de ir ao debate, mesmo já se encontrando na UERJ.
Vários alunos foram protestar. Nilcéa desistiu de comparecer ao debate.
Por fim, temos convicção de que o Ministro Paulo Vannuchi, ao afirmar que não existe luta de classes e que há que se fazer uma política para as mulheres, deixa a seguinte pergunta: as mulheres estupradas no campo, ou nas favelas, ou as empregadas domésticas molestadas pelo patrão estão em pé de igualdade de direitos com a Ministra Dilma ou com a Ministra Nilcéa?
Por isso os estudantes de história foram excluídos desse circuito da Secretaria dos Direitos Humanos, pois não aceitariam uma mesa de direitos humanos com o advogado (Mauricio Motta) que processou os estudantes na ocupação da reitoria em 2008 (processo em vigor até hoje contra a direção do DCE na época do ocorrido) e que tentou colocar a polícia dentro da UERJ para bater nos alunos (entre eles, muitas mulheres) e funcionários, com uma Ministra como Nilcéa Freire, com professora que não dá aula na graduação e fica enfurnada na pós-graduação.
Temos certeza que a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres estaria melhor representada até mesmo por um “homem” e reafirmamos: Nem Ministra, nem Reitora! Nilcéa Não!!!
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