sexta-feira, 30 de abril de 2010

UFRJ PODE ADOTAR COTAS JÁ PARA ESSE VESTIBULAR

Petição para adoção de cotas na UFRJ
22/04/2010
Fonte: http://leccufrj.wordpress.com/2010/04/22/peticao-para-adocao-de-cotas-na-ufrj/

Na última semana, o professor Marcelo Paixão, do Instituto de Economia da UFRJ, apresentou ao Conselho Universitário desta instituição, o Consuni, uma proposta para implementação de ação afirmativa por meio da adoção de cotas na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A discussão interna do assunto já começa a render os primeiros frutos. Está circulando na rede um abaixo-assinado on line de apoio às cotas na UFRJ. A proposta é conseguir adesão à medida, tanto de professores, como de alunos, funcionários e prestadores de serviço.

Essa é uma boa oportundiade para tomarmos uma posição no assunto, em vistas à promover um ensino que, de fato, contemple a diversidade. É a chance de afinar o tom entre o discurso e a prática. Vale lembrar que a UFRJ é uma das maiores Universidades públicas do país e que, a despeito de muitas outras que adotam algum tipo de ação afirmativa, permanece há muito tempo parada no âmbito dos primeiros debates.

Confira outras informações em http://cotasnaufrj.wordpress.com/

Para apoiar a causa, basta acessar o link abaixo e assinar a petição.
http://www.petitiononline.com/mod_perl/signed.cgi?cotaUFRJ

COMENTÁRIOS
É nítida a diferença entre as universidades que adotam ações afirmativas e as ainda dominadas pela elite branca. Enquanto na UERJ se vê pessoas dos mais variáveis níveis sociais e de diversas origens étnicas, a UFRJ ainda é considerada elitista. Não por acaso, nas eleições para o DCE da UFRJ, disputadas por cinco chapas, a terceira mais votada foi a "Chapa Contra Cotas". Saudamos a UERJ como pioneira nas ações afirmativas, e esperamos que a UFRJ junte-se a diversas universidades brasileiras. O ensino superior deve ser verdadeiramente público, sem se restrinfir a uma minoria que passou no vestibular mesmo podendo pagar mensalidades caras.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Supremo Tribunal Federal beneficia torturadores da ditadura

Pouco depois do povo comemorar a saída de Gilmar Mendes da presidência do STF, a intância máxima do Poder Judiciário volta a mostrar o reacionarismo de seus ministros. Por 7 votos a 2, o Supremo arquivou o pedido ação proposta pela Ordem dos Advogados do Brasil, que questionava a abrangência da Lei da Anistia para casos de tortura e crimes comuns, cometidos por civis e agentes do Estado durante a ditadura civil-militar de 1964.

Em dois dias de julgamento, os ministros Gilmar Mendes (sempre ele), Cármen Lúcia, Ellen Gracie (a que torrou dinheiro público na hidromassagem de casa), Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e o presidente do STF, Cezar Peluso, resolveram seguir o parecer apresentado pelo relator da ação, ministro Eros Grau. Em seu voto, Grau disse que a ação proposta pela OAB feria “acordo histórico que permeou a luta por uma anistia ampla, geral e irrestrita”. Ele também considerou que o Judiciário não teria “autorização para reescrever a história da Lei da Anistia”.

A ministra Cármen Lúcia disse em seu voto: “Nem a repulsa que nos merece a tortura impede reconhecer que toda a amplitude que for emprestada ao esquecimento penal desse período negro da nossa história poderá contribuir para o desarmamento geral, desejável com o passo adiante no caminho da democracia.”. No pensamento da magistrada, o melhor a se fazer é esquecer tudo, jogar pra baixo do tapete e esquecer a covardia realizada durante a ditadura.

Mais uma vez, o Brasil se mantém atrasado em relação a vizinhos como a Argentina, que puniu severamente os ditadores e seus asseclas.

Ricardo Lewandowski e Carlos Ayres Britto foram os ministros que votaram a favor do pleito da OAB
Os ministros Lewandowski e Ayres Britto votaram pelo acolhimento do pleito da OAB por entenderem que a anistia não deve se concedida a torturadores e autores de outros crimes hediondos, como assassinatos, sequestros, estupros.

Vale transcrever um trecho do voto do ministro Britto: “Um torturador não comete crime político. Um torturador é um monstro, é um desnaturado, é um tarado. Um torturador é aquele que experimenta o mais intenso dos prazeres diante do mais intenso sofrimento alheio perpetrado por ele. É uma espécie de cascavel de ferocidade tal que morde ao som dos próprios chocalhos. Não se pode ter condescendência com torturador. A humanidade tem o dever de odiar seus ofensores porque o perdão coletivo é falta de memória e de vergonha. Com viés masoquístico à reincidência”.

E tem quem discorda, pelo "esquecimento para o desarmamento geral"...

Outras informações sobre a ação da OAB em http://g1.globo.com/politica/noticia/2010/04/stf-rejeita-acao-da-oab-e-decide-que-lei-da-anistia-vale-para-todos.html

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Nota do CAHIS sobre o falecimento do Professor Manoel Salgado

Reproduzimos aqui as palavras ditas pelo membro da gestão Gabriel Pinheiro no enterro do Professor Manoel Salgado, hoje, dia 28/04/2010. O docente faleceu ontem devido a complicações de um câncer.

Nota de Falecimento

Aos Familiares e amigos do professor Manoel Salgado:

O Centro Acadêmico de História da UERJ, gestão Filhos da Pública IV e os demais alunos do curso sentem profundamente a perda do estimado professor. Grande historiador, grande professor e, sobretudo, um grande homem.

Hoje a UERJ e a educação perdem!!

Sabemos que nada pode reparar tal perda, a morte só pode ser vencida pela história. História que o caro professor ajudou a construir com trabalho e dedicação. A história pode vencer a finitude, mas infelizmente os historiadores não.

Teríamos muitas coisas para dizer, mas sentimos que não são necessárias. Não encontramos palavras que pudessem expressar nosso lamento, no entanto, não poderíamos deixar de estar aqui para homenagear um professor que, orgulhosamente, chamamos de mestre, no mais amplo sentido da palavra.

Saudemos, pois, o Mestre!

Centro Acadêmico de História - Gestão Filhos da Pública IV



terça-feira, 27 de abril de 2010

Nota de Falecimento

Informamos que o Professor Manoel Salgado faleceu hoje, dia 27/04/2010.
O enterro será amanhã às 11:00 horas da manhã no cemitério vertical do Caju.

O CAHIS lamenta a perda desse grande intelectual e professor que era um exemplo de funcionalismo público e muito respeitado e querido entre os estudantes.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Eleições em Cuba: isso não apareceu na Globo

... depois dizem que Brasil, EUA e alhures é que são democráticos ! Onde ?

A MÍDIA NÃO COMENTA, MAS CUBA REALIZA ELEIÇÕES NESTE DOMINGO
Para algumas pessoas no mundo deve ter soado um pouco estranho o anúncio do Conselho de Estado da República de Cuba de que no domingo 25 de Abril se efetuarão as eleições para delegados às 169 Assembleias Municipais do Poder Popular.
Por Juan Marrero, em Cuba Debate - 23 DE ABRIL DE 2010 - 11H06

Isso é perfeitamente compreensível, pois um dos componentes principais da guerra mediática contra a revolução cubana tem sido negar, escamotear ou silenciar a realização de eleições democráticas: as parciais, a cada dois anos e meio, para eleger delegados do conselho, e as gerais, a cada cinco, para eleger os deputados nacionais e integrantes das assembleias provinciais.

Cuba entra no seu décimo terceiro processo eleitoral desde 1976 com a participação entusiasta e responsável de todos os cidadãos com mais de 16 anos de idade. Nesta ocasião, são eleições parciais.

Com a tergiversação, a desinformação e a exclusão das eleições em Cuba da agenda informativa de cada um, os donos dos grandes meios de comunicação tentaram afiançar a sua sinistra mensagem de que os dirigentes em Cuba, a diferentes níveis, não são eleitos pelo povo.

Isso apesar de, felizmente, nos últimos anos, sobretudo depois da irrupção da internet, os controles midiáticos terem começado a se quebrar aceleradamente, e a verdade sobre a realidade de Cuba, nas eleições e noutros acontecimentos e temas, ter vindo à tona.

Não dar informação sobre as eleições em Cuba, nem da sua obra na saúde, educação, segurança social e outros temas, decorre de que os poderosos do mundo do capital temem a propagação do seu exemplo, à medida que vai ficando completamente clara a ficção de democracia e liberdade que durante séculos se vendeu ao mundo.

Apreciamos, no entanto, que o implacável passar do tempo é adverso aos que tecem muros de silêncio. Mesmo que ainda andem por aí alguns comentadores tarefeiros ou políticos defensores de interesses alheios ou adversos aos povos e que continuam a afirmar que “sob a ditadura dos Castro em Cuba não há democracia, nem liberdade, nem eleições”. Trata-se de uma ideia repetida frequentemente para honrar aquele pensamento de um ideólogo do nazismo, segundo o qual uma mentira repetida mil vezes poderia converter-se numa verdade.

À luz das eleições convocadas para o próximo dia 25 de Abril, quero apenas dizer-vos neste artigo, dentro da maior brevidade possível, quatro marcas do processo eleitoral em Cuba, ainda suscetíveis de aperfeiçoamento, que marcam substanciais diferenças com os mecanismos existentes para a celebração de eleições nas chamadas “democracias representativas”. Esses aspectos são: 1) Registo Eleitoral; 2) Assembleias de Nomeação de Candidatos a Delegados; 3) Propaganda Eleitoral; e 4) A votação e o escrutínio.

O Registro Eleitoral é automático, universal, gratuito e público. Ao nascer um cubano, ele não só tem direito a receber educação e saúde gratuitamente, como também, quando chega aos 16 anos de idade, automaticamente é inscrito no Registro Eleitoral. Por razões de sexo, religião, raça ou filosofia política, ninguém é excluído. Nem se pertencer aos corpos de defesa e segurança do país. A ninguém é cobrado um centavo por aparecer inscrito, e muito menos é submetido a asfixiantes trâmites burocráticos como a exigência de fotografias, selos ou carimbos, ou a tomada de impressões digitais. O Registro é público, é exposto em lugares de massiva afluência do povo em cada circunscrição.

Todo esse mecanismo público possibilita, desde o início do processo eleitoral, que cada cidadão com capacidade legal possa exercer o seu direito de eleger ou de ser eleito. E impede a possibilidade de fraude, o que é muito comum em países que se chamam democráticos. Em todo o lado a base para a fraude está, em primeiro lugar, naquela imensa maioria dos eleitores que não sabe quem tem direito a votar. Isso só é conhecido por umas poucas maquinarias políticas. E, por isso, há mortos que votam várias vezes, ou, como acontece nos Estados Unidos, numerosos cidadãos não são incluídos nos registos porque alguma vez foram condenados pelos tribunais, apesar de terem cumprido as suas penas.

O que mais distingue e diferencia as eleições em Cuba de outras são as assembleias de nomeação de candidatos. Noutros países, a essência do sistema democrático é que os candidatos surjam dos partidos, da competição entre vários partidos e candidatos. Isso não é assim em Cuba. Os candidatos não saem de nenhuma maquinaria política. O Partido Comunista de Cuba, força dirigente da sociedade e do Estado, não é uma organização com propósitos eleitorais. Nem apresenta, nem elege, nem revoga nenhum dos milhares de homens e mulheres que ocupam os cargos representativos do Estado cubano. Entre os seus fins nunca esteve nem estará ganhar lugares na Assembleia Nacional ou nas Assembleias Provinciais ou Municipais do Poder Popular. Em cada um dos processos celebrados até à data foram propostos e eleitos numerosos militantes do Partido, porque os seus concidadãos os consideraram pessoas com méritos e aptidões, mas não devido à sua militância.

Os cubanos e as cubanas têm o privilégio de apresentar os seus candidatos com base nos seus méritos e capacidades, em assembleias de residentes em bairros, demarcações ou áreas nas cidades ou no campo. De braço no ar é feita a votação nessas assembleias, de onde resulta eleito aquele proposto que obtenha maior número de votos. Em cada circunscrição eleitoral há varias áreas de nomeação, e a Lei Eleitoral garante que pelo menos 2 candidatos, e até 8, possam ser os que aparecem nos boletins para a eleição de delegados do próximo dia 25 de Abril.

Outra marca do processo eleitoral em Cuba é a ausência de propaganda custosa e ruidosa, a mercantilização que está presente noutros países, onde há uma corrida para a obtenção de fundos ou para privilegiar uma ou outra empresa de relações públicas. Nenhum dos candidatos apresentados em Cuba pode fazer propaganda a seu favor e, obviamente, nenhum necessita de ser rico ou de dispor de fundos ou ajuda financeira para se dar a conhecer. Nas praças e nas ruas não há ações a favor de nenhum candidato, nem manifestações, nem carros com alto-falantes, nem cartazes com as suas fotografias, nem promessas eleitorais; na rádio e na televisão também não; nem na imprensa escrita. A única propaganda é executada pelas autoridades eleitorais e consiste na exposição em lugares públicos na área de residência dos eleitores da biografia e fotografia de cada um dos candidatos. Nenhum candidato é privilegiado sobre outro. Nas biografias são expostos méritos alcançados na vida social, a fim de que os eleitores possam ter elementos sobre condições pessoais, prestígio e capacidade para servir o povo de cada um dos candidatos e emitir livremente o seu voto pelo que considere o melhor.

A marca final que queremos comentar é a votação e o escrutínio público. Em Cuba não é obrigatório o voto. Como estabelece o Artigo 3 da Lei Eleitoral, é livre, igual e secreto, e cada eleitor tem direito a um só voto. Ninguém tem, pois, nada que temer se não for ao seu colégio eleitoral no dia das eleições ou se decidir entregar o seu boletim em branco ou anulá-lo. Não acontece como em muitos países onde o voto é obrigatório e as pessoas são compelidas a votarem para não serem multadas, ou serem levadas a tribunal ou até para não perderem o emprego.

Enquanto noutros países, incluindo os Estados Unidos, a essência radica em que a maioria não vote, em Cuba garante-se que quem o deseje possa fazê-lo. Nas eleições efetuadas em Cuba desde 1976 até à data de hoje, em média, 97% dos eleitores foram votar. Nas últimas três, votaram mais de 8 milhões de eleitores.

A contagem dos votos nas eleições cubanas é pública, e pode ser presenciada em cada colégio por todos os cidadãos que o desejem fazer, inclusive a imprensa nacional ou estrangeira. E, para além disso, os eleitos só o são se alcançam mais de 50% dos votos válidos emitidos, e eles prestam contas aos seus eleitores e podem ser revogados a qualquer momento do seu mandato. Aspiro simplesmente a que, com estas marcas agora enunciadas, um leitor sem informação sobre a realidade cubana responda a algumas elementares perguntas, como as seguintes: onde há maior transparência eleitoral e maior liberdade e democracia? Onde se obtiveram melhores resultados eleitorais: em países com muitos partidos políticos, muitos candidatos, muita propaganda, ou na Cuba silenciada ou manipulada pelos grandes meios, monopolizados por um punhado de empresas e magnatas cada vez mais reduzido?

E aspiro, para além disso, a que pelo menos algum dia, cesse na grande imprensa o muro de silêncio que se levantou sobre as eleições em Cuba, tal como em outros temas como a obra na saúde pública e na educação, e isso possa ser fonte de conhecimento para outros povos que merecem um maior respeito e um futuro de mais liberdades e democracia.
Fonte: Cuba Debate

Altamiro Borges escreve sobre a saída de Gilmar Mendes da presidência do STF

Transcrito integralmente de http://altamiroborges.blogspot.com/2010/04/gilmar-mendes-ou-dantas-ja-vai-tarde.html

Gilmar Mendes (ou Dantas?) já vai tarde

Nesta sexta-feira, o sinistro Gilmar Mendes finalmente deixou a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF). As reações diante da sua despedida foram distintas. A mídia privada chorou a saída. Editorial da Folha bajulou o ministro. O Estadão também choramingou. Já a TV Globo despeja diariamente confetes e até poderia, dramatizando a troca de comando, acionar o repórter Heraldo Pereira para chorar na telinha. Afinal, ele é serviçal da Gilmar Mendes – nas horas vagas, ele dá aulas no Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), a escola privada do ex-presidente do STF.

Já os movimentos sociais e os democratas festejaram a sua saída. Para estes, Gilmar Mendes já vai tarde! Ou melhor: ele nunca deveria ter assumido o comando da mais alta corte do Brasil. Afinal, ele jamais teve a isenção necessária para exercer a função. Sempre foi um tucano de carteirinha – ou um “juristucano”, segunda a corrosiva ironia do jornalista Elio Gaspari. De 1996 a 2000, ele foi subchefe de assuntos jurídicos da Casa Civil no governo FHC. Depois, o protegido do grão-tucano galgou o posto de advogado-geral da União, que exerceu com reconhecida mediocridade.

Habeas corpus para especuladores
Seu ingresso no STF foi a fórceps. FHC interveio ativamente para bancar o seu nome no Senado. Dos 11 ministros da casa, ele teve o maior número de votos contrários (15) da história recente. Na véspera da sessão que aprovou sua indicação, em junho de 2002, Dalmo de Abreu Dallari, um dos mais renomados juristas do país, até alertou: “Se essa indicação vier a ser aprovada no Senado, não há exagero em afirmar que estarão correndo sérios riscos a proteção dos direitos no Brasil, o combate à corrupção e a própria normalidade constitucional”. Proféticas palavras!

Durante a sua presidência, o STF colecionou os piores momentos da sua história. Gilmar Mendes virou estrela por conceder dois habeas corpus ao rentista Daniel Dantas, retirando-o da prisão em tempo recorde. Tanto que o jornalista Paulo Henrique Amorim o apelidou de Gilmar Dantas! A revista CartaCapital, que nunca deu tréguas aos crimes do agiota “orelhudo”, também criticou as atitudes do ex-presidente do STF. Na prática, ele ficou conhecido como o advogado de defesa do especulador-mor do país, expressão maior da impunidade dos bandidos de colarinho branco.

“Que Deus nos livre de Mendes”
Ao mesmo em que socorria banqueiros e ricaços, Gilmar Mendes ficou famoso por criminalizar os movimentos sociais. Em várias ocasiões, ele atacou os que lutam por justiça no país. Rotulou o MST de “movimento de bandidos”, exigindo atuação mais implacável da Justiça na punição aos “invasores de terras”. Também criticou o governo Lula por dar subsídios para as entidades da reforma agrária, afirmando que o dinheiro seria desviado para “práticas ilegais”. Diante destes abusos de poder, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) “excomungou” o ex-presidente do STF.

“O ministro Gilmar Mendes não esconde sua parcialidade e de que lado está. Como proprietário de terra no Mato Grosso, ele é um representante das elites brasileiras, ciosas dos seus privilégios. Para ele e para elas, os que valem são os que impulsionam o ‘progresso’, embora ao preço do desvio de recursos, da grilagem de terra, da destruição do meio-ambiente e da exploração da mão-de-obra em condições análogas às do trabalho escravo... Que o Deus da Justiça ilumine o nosso país e o livre de juízes como Gilmar Mendes”, afirmou uma dura nota da CPT.

Ícone da direita, o “Berlusconi brasileiro”
O ex-presidente da STF também não poupou o movimento sindical brasileiro, investindo contra suas formas de sustentação financeira. Já entre os jornalistas, Gilmar Mendes foi eleito inimigo jurado. Ele foi o mentor do fim do diploma da categoria e da extinção da Lei de Imprensa, duas exigências antigas dos barões da mídia para precarizar o trabalho e gozar de total libertinagem. Tanto que os jornalistas aproveitaram a sexta-feira para fazer o bota-fora do carrasco, realizando protestos em vários estados com o slogan “Ele já vai tarde”.

Gilmar Mendes virou o ícone da direita, o “Berlusconi brasileiro”, sendo bajulado pela oposição demotucano. Em vários momentos, ele foi o principal porta-voz dos ataques preconceituosos ao governo Lula. Sem provas e num gesto irresponsável, chegou a acusar o Executivo de promover escutas telefônicas e atirou: “Não há mais como descer na escala da degradação institucional... Gravar clandestinamente os telefonemas do presidente do STF é coisa de regime totalitário”. Ele extrapolou nas suas funções e colocou em risco o próprio equilíbrio entre os poderes.

Gilmar Mendes sai da presidência do STF sem deixar saudade. No próprio Supremo, ele foi alvo de ásperas críticas. Num dos momentos mais tensos do Judiciário, o ministro Joaquim Barbosa lavou a alma dos brasileiros ao espinafrar, em público, a sua postura autoritária e elitista. “Vossa excelência está destruindo a Justiça deste país... Saia à rua, saia à rua. Vossa excelência não está na rua, não. Vossa excelência está na mídia, destruindo a credibilidade do judiciário brasileiro... Vossa excelência, quando se dirige a mim não está falando com seus capangas do Mato Grosso”. Barbosa falou por todos nós. Gilmar Mendes (ou Dantas, ou Mentes?) já vai tarde!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

DE CABRAL À FOLHA DE SÃO PAULO - VEJA – GLOBO – A INVASÃO DO BRASIL

Texto de Laerte Braga

O almirante português Pedro Álvares Cabral partiu de Lisboa no dia nove março de 1500 com treze embarcações, a maior das armadas portuguesas à época e em tese com destino às Índias. A História, implacável em seu processo, mostra que os portugueses, como de resto os europeus, tinham conhecimento da existência de terras à leste da linha do Tratado de Tordesilhas.

Como no mundo em que vivemos o Tratado de Tordesilhas definia que terra era de quem, mesmo que não fosse conhecida, ou tivesse sido descoberta, ou a ela se tivesse chegado. Hoje, qualquer reserva de petróleo, água, ou minerais estratégicos é da democracia cristã e ocidental dos Estados Unidos em nome da paz.

O conhecimento em si, de terras a leste da linha do Tratado, não significa necessariamente que essas terras pudessem ou não de fato existir, mas apenas reservados os direitos sobre a “sombra” das grandes potências do século XVI.

Millôr Fernandes afirma que o primeiro a cercar a sombra de uma árvore, foi também o inventor da propriedade privada.

A última grande armada que se tem notícia na América como um todo e na América do Sul especificamente, foi a do Reino Unido para garantir a “propriedade” das Ilhas Malvinas, parte do território argentino ocupado pelos britânicos. Em 1982 o general Leopoldo Galtieri, sem sustentação popular e após um golpe dentro do golpe (sai ditador entra ditador) tentou segurar-se no patriotismo inconseqüente de uma guerra para a qual não estava preparado. Aproveitou-se do sentimento popular de revolta contra a ocupação de parte do território argentino, mandou tropas despreparadas às Malvinas, mero golpe de publicidade de general de carreirinha (temos aos montes aqui) e acabou levando o regime ditatorial ao seu fim. Entregou aos argentinos uma conta de vidas e dores sem tamanho, frustrando esperanças e direitos legítimos, já que na prática, sabia que não seria possível sustentar a posse das Ilhas Malvinas.

O Brasil era governado pelo ditador João Batista Figueiredo. No dilema ou dá ou desce, Reagan – então presidente dos EUA – apoiava a Grã Bretanha e sustentava a ditadura no Brasil (eram os principais acionistas dos governos militares), silenciou sobre o assunto, mas permitiu que navios e aviões ingleses se reabastecessem em território brasileiro. Uma típica covardia típica de ditadores e generais de fancaria.

As invasões hoje se dão de forma diversa em se tratando de América Latina. Compram presidentes, compram senadores, deputados, governadores, associam-se a empresários e assumem o controle dos negócios, disfarçam a ocupação militar com bases destinadas ao combate às drogas, mas se apóiam no traficante governando a Colômbia – Álvaro Uribe – e chamam tudo isso de mundo globalizado, que, via de regra, materializam através de tratados de livre comércio (com isso tomam conta da economia e da política do país, caso do México, mera colônia), o fim, segundo eles, é a paz, a democracia, o progresso, não importa que a fome esteja devastando a África ou que o velho método de invasão seja aplicado no Iraque, no Afeganistão.

O golpe principal, no entanto, numa realidade diferente, estamos no século XXI, em breve não haverá necessidade de cultivar rosas, japoneses já produzem com tecnologia de ponta rosas idênticas às naturais, até no perfume, é o controle da mídia, os chamados veículos de comunicação.

A nação, qualquer nação, é formada pelo território, o povo, os costumes, a tradição, a língua, a cultura e se organiza assim através do Estado. A palavra de ordem contemporânea é “estado mínimo”, já que o deus dos tempos atuais é o mercado. Onipotente, onipresente, onilucrativo, onibárbaro, oninuclear. “Eu posso ter a bomba e posso destruir o mundo cem vezes, mas em nome da paz você não”

Quem quer que divirja desse modelo, dessa verdade única, recebe o rótulo de terrorista.

Torturam, matam, saqueiam a torto e a direito em todo o mundo. Matam palestinos, afegãos, iraquianos, colombianos, paquistaneses, matam africanos de fome, rotulam-nos a todos de “piratas”, “terroristas”.

É através dos meios de comunicação que substituem os costumes, as tradições, a língua e a cultura de um povo, por seus costumes, suas tradições, sua língua e sua cultura, numa invasão aparentemente indolor, recheada do brilho de neons e estrelas. Ao final, o ser brasileiro vira um objeto manipulado e conduzido segundo as vontades desejadas pelos conquistadores.

É todo um complexo que transforma, por exemplo, a maior potência do mundo, os EUA, numa sociedade anônima, controlada por grupos sionistas, os senhores do petróleo, dos grandes negócios, das armas.

Se Obama é um presidente aparentemente negro, que possa pensar aqui ou ali de maneira diversa da de Bush, não importa. Não vai longe e nem consegue enfrentar a assembléia geral de acionistas do império. Se antes eram os barões, condes, marqueses, duques e viscondes que controlavam os reis, hoje são os barões do petróleo, das armas, dos bancos, etc.

Se alguém pegar o mapa da América do Sul e tampar o Brasil com uma das mãos vai perceber que, territorialmente, o que sobra é quase nada diante do tamanho de nosso País. Quem quer que se detenha a dar uma olhada no Brasil e em seu todo, vai, de imediato, sentir que existe nos milhões de quilômetros quadrados de nosso território, todo o potencial para que sejamos não apenas uma grande potência em todos os sentidos, mas uma nação onde impere a democracia lato senso, a justiça social e possamos nos impor ao mundo sem necessidade de nenhum ministro tirar os sapatos e descalço submeter-se a humilhante revista no aeroporto de New York, como o fez Celso Láfer, ministro das Relações Exteriores do governo de FHC.

Em 1962, conscientes que os brasileiros começavam a buscar seus próprios caminhos à revelia de seus interesses, os norte-americanos (entendidos aqui como bancos, empresas, sionistas, os acionistas) compraram empresários (o grupo FIESP/DASLU por exemplo, sempre pronto a bom um negócio), políticos (Carlos Lacerda, Magalhães Pinto, outros menores) e criaram um negócio chamado IBAD – INSTITUTO BRASILEIRO DE AÇÃO DEMOCRÁTICA –.

Financiaram revistas, jornais, campanhas eleitorais, associações de “defesa da democracia”, compraram militares comprometidos com a ideologia dominante, a dos EUA, mas acabaram perdendo no todo e resolveram partir para a solução seguinte. O golpe militar, aconteceu em 1964 e foi comandando por um general deles, Vernon Walthers (ficou aqui até “eleger” Castello Branco presidente da República).

Começou ali também a ofensiva sobre os meios de comunicação. Se já controlavam veículos como o jornal O GLOBO e o ESTADO DE SÃO PAULO (ostensivamente), começava também a história da poderosa REDE GLOBO (financiada por capitais do antigo grupo TIME/LIFE), viria mais tarde o grupo ABRIL (edita VEJA) e grossas verbas disfarçadas de publicidade para jornais como a FOLHA DE SÃO PAULO (a que chama a ditadura de ditabranda, mas emprestava seus caminhões para a desova dos cadáveres dos presos políticos torturados e assassinados no DOI/CODI em São Paulo).

Daí a introduzir o haloween como elemento da cultura brasileira no dia a dia de nossas escolas de ensino básico foi um pulo. Chegar ao estágio do tira manchas que é inteligente e evita que o seu filho vá à escola com a camisa manchada, foi outro pulo.

Fazer com que se pense como eles pensam, isso é o dia a dia da mentira veiculada pela televisão, pelos jornais, pelas revistas.

Mas, como diz a antiga canção – antiga, mas sempre presente – do “subdesenvolvido”, “você pensa como americano, mas não vive como americano”.

Manter governadores, senadores, deputados, militares, empresários sob controle é o de menos. O governo de FHC abriu as portas para a transformação do Brasil num estado da federação norte-americana e a ALCA – ASSOCIAÇÃO DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS – só não foi assinado por conta da resistência popular e dos compromissos assumidos pelo atual governo, o do presidente Lula.

Funciona mais ou menos assim. Se eles fabricam chicletes, você tem que comprar deles, não pode fabricar. Pode sim, vender a matéria prima a preço vil.

Se o lixo hospitalar e nuclear deles não pode ser despejado em seu próprio território, sob as penas do tratado de livre comércio, previstas em capítulos próprios, você tem que aceitá-lo em seu território, que o diga o México.

A grande mídia cumpre dois papéis. William Bonner, um dos principais agentes dos EUA no Brasil e atuando na GLOBO, definiu a você como sendo um telespectador idiota, um Homer Simpson (por ironia uma excelente séria norte-americana que mostra exatamente a passividade do povo diante dessa situação) e nem fez questão de esconder isso de ninguém, veicula, diariamente, a mentira da “verdade” única e imposta, num espaço entre novelas e outras coisas mais, que fazem com que cada um creia que o essencial é o sucesso e que sucesso é sinônimo de ser brother, ou sister e que é fundamental amar-se a si próprio acima de todas as coisas. O outro é apenas alguém que circunstancialmente está ali, mas pode ser empurrado ladeira abaixo se virar problema, ou for obstáculo.

Nada pessoal, pessoas estão fadadas a serem extintas, tudo são negócios.

E como o modelo vendido implica que tudo seja assim, é necessário estar sempre com portas e janelas trancadas. A rasteira, o empurrão pode vir do outro.

Mentira e farsa são essenciais à mídia para fazer com que cada brasileiro pense em inglês, se veja em Hollywood, ou passeando e fazendo compras em New York, num dos hotéis recheados de pin ups de Las Vegas, não importa que esteja ralando doze horas por dia num emprego mal remunerado (professor por exemplo) e ainda em caso de reclamação seja enquadrado a cassetadas pela Polícia deles.

Dessa espécie de centro de uma organização que invade mais que o território, invade e corrompe almas e espíritos, consciências, saem irradiadas milhares de seitas a dizer que é preciso dar dez por cento para construir casas no céu e resignar-se à “realidade” daqui, saem deputados, senadores, saem governadores, empresas que fraudam, sonegam, vendem produtos de péssima qualidade, bancos que extorquem, todo o conjunto de máfias contemporâneas que, em relação às máfias originais, apenas varreu compromissos de honra mínimos que ali existiam.

Você é objeto. Joguete de uma mídia mentirosa, venal, corrupta e de jornalistas ávidos de um a mais para o “leite das crianças” (Miriam Leitão, Alexandre Garcia –dedo duro durante a ditadura –. Lúcia Hipólito e outros menores ou mesmo maiores, jornais como FOLHA DE SÃO PAULO, revistas como VEJA, jornais regionais como o ESTADO DE MINAS, ou redes regionais como a RBS (sul do País).

São financiados pelos seu dinheiro, pelo dinheiro público, caso do contrato do governo de São Paulo (José Collor Arruda Serra) com a editora ABRIL (VEJA), ou o escandaloso caso da venda do apoio da GLOBO a Serra nas eleições de 2002 envolvendo Roseana Sarney (usada como isca pela GLOBO), O BNDES, resultando na emenda que abriu as portas para o capital estrangeiro em rádios e tevês do Brasil e tirando a empresa de um estado pré-falimentar.

Nada é de graça nesse tipo de negócio. Há toda uma teia que tem um único objetivo. O controle da jóia da coroa latino-americana, o Brasil.

Um grupo de professores do estado do Pará advertiu o governo estadual que a descoberta de um reservatório subterrâneo de água doce por cientistas brasileiros era o produto do esforço de brasileiros, pois norte-americanos já o conheciam através de recursos tecnológicos através de satélites há anos e se omitiam sobre o assunto, à medida que o propósito é o controle não só da água, mas do petróleo, do País. Têm a defendê-los o patriotismo do general Heleno. A ocupar o território brasileiro a VALE privatizada.

Para isso vendem seu modo de pensar (aquele que mata à porta das escolas, que é racista, que se sustenta na barbárie da guerra e dos campos de concentração como Guantánamo) através de agências chamadas empresas como a GLOBO, FOLHA DE SÃO PAULO, VEJA, e outros, muitos outros.

Associa-se ao latifúndio que depreda a Amazônia (e culpa os índios), serve porcaria nos transgênicos, coopta militares como o fizeram com o general Heleno e muitos outros – a maioria – para eventuais golpes, faz com que cada um de nós se volte para uma Meca doentia, Washington/Wall Street e acredite que sucesso é sair por aí exibindo os escalpos conquistados na caminhada.

Com o fim da ditadura militar tentaram com Collor e conseguiram boa parte de seus objetivos com FHC, funcionário de uma fundação norte-americana a FORD. Sem nenhum escrúpulo, caráter, ou respeito por quem quer que seja, muito menos pelo Brasil e pelos brasileiros.

A eleição de Lula, por críticas que possa fazer ao governo de Lula, interrompeu o avanço, a invasão, mas não o processo de dominação. Estão aí os mesmos veículos vendendo um marginal como José Collor Arruda Serra, político sem qualquer dignidade, sem princípios e sem honra nenhuma para completar a tarefa.

Como há dias o Instituto Sensus, que pesquisa para sindicatos de trabalhadores e de patrões, divulgou pesquisa mostrando empate técnico entre a candidata Dilma Roussef e o marginal José Collor Arruda Serra, o DATA FOLHA, instituto de pesquisas da FOLHA DE SÃO PAULO, tratou de forjar uma pesquisa onde Serra aparece como vencedor e um jornalista do esquema, Fernando Rodrigues, como quem não quer nada, trata de “adiantar” em sua coluna que o bandido pode vencer já no primeiro turno.

Em 1985 a lei proibia a divulgação de pesquisas três ou cinco dias antes das eleições para evitar manipulações. A última pesquisa dos institutos ditos sérios dava a vitória nas eleições para a prefeitura de São Paulo ao criminoso Fernando Henrique Cardoso. Seu principal adversário era Jânio Quadros. Um especialista em pesquisas previu a vitória de Jânio e disse o seguinte – “me digam onde pesquisaram e encontraram a vitória de Fernando Henrique que eu vou pesquiso e trago a vitória de Jânio” – Manipulação pura, deliberada, covarde e muito bem remunerada. São bandidos e Jânio ganhou de FHC.

Daqui até outubro, os brasileiros terão tempo para pensar se querem permanecer brasileiros, senhores do Brasil, ou se vão cair de quatro definitivamente e passar à condição de colonos dos norte-americanos.

Não contem com nossas elites, são podres, são pútridas, fétidas e se vendem por um fim de semana na Ilha de Caras. Tipo trocar um pirulito pela honra, pela dignidade pessoal.

Não se invade com esquadras como a de Cabral, mas com redes de tevê, jornais, rádios e revistas que consideram garis (como o fez Boris Casoy) “a última categoria na escala de trabalho”. Ou seja, o preconceito em muitos momentos se torna visível.

Se deixa enganar quem quer ser enganado, ou quem se acostumou a ficar de quatro.

No duro mesmo, eu proporia uma sessão diária em três turnos, dos filmes de Oscarito e Grande Otelo, em cada escola. Seria uma forma do brasileiro começar a acordar e perceber que existe vida inteligente para além de Jerry Lewis, ou desses comediantes de quinta categoria de Hollywood e que Bruce Willys não é nem a sombra do que era José Legoy, o nosso grande vilão cinematográfico. Dá de dez a zero em qualquer agente da CIA desses que explodem meio mundo e no fim ficam com a mocinha.

O diretor de AVATAR dizer que vai levar a questão de Belo Monte (sem entrar no mérito) para discutir com senadores americanos? Ora, manda esse cara pastar. Mas antes olha se o general Heleno não está ao lado dele. É bem capaz, junto com o presidente da VALE e a senadora Kátia Abreu, especialista em fraudes com terras na região.

Vitória da blogosfera: TV Globo recua e suspende jingle pró-Serra

A força da TV Globo não é mais a mesma. A pretexto de comemorar seus 45 anos, a emissora da família Marinho levou ao ar uma campanha com absurda mensagem subliminar favorável ao presidenciável tucano José Serra. Só não contava com a reação de seu público, especialmente a blogosfera.

Por André Cintra (transcrito integralmente de http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=6&id_noticia=127925)



Resultado: em menos de 24 horas, a Globo acusou o golpe. Denunciada por milhares de internautas nesta segunda-feira (19), recuou e decidiu suspender a exibição do jingle.

Tirou também do ar a página na internet que continha o vídeo. A nota com que a Globo justificou a medida conseguiu azedar ainda mais o que já estava vencido.

“Qualquer profissional de comunicação sabe que uma campanha como esta demanda tempo para ser elaborada. Mas a Rede Globo não pretende dar pretexto para ser acusada de ser tendenciosa e está suspendendo a veiculação do filme”, registrou a emissora, num raro momento de humildade (?) diante de seus telespectadores.

E desde quando a Globo tem o hábito de ceder ao público dessa maneira, ainda mais depois de um campanha promocional cara e cercada de expectativas?

O vídeo
Apenas oito dias depois de Serra lançar sua candidatura à Presidência com o lema “O Brasil pode mais”, o vídeo comemorativo da Globo não fazia por menos. Ecoava que “todos queremos mais. Educação, saúde e, claro, amor e paz. Brasil? Muito mais. É a sua escolha que nos satisfaz. É por você que a gente faz sempre mais”.

Ao fim do vídeo, a Globo exibia ao lado de sua logomarca um gigantesco número 45 — o mesmo do PSDB. Alguém viu propaganda subliminar nisso tudo? “Eu e toda a rede”, respondeu Marcelo Branco, responsável pela campanha de Dilma Rousseff na internet.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Blog dos calouros

Os calouros de 2010 montaram seu espaço na internet. Acesse http://www.historiauerj2010.blogspot.com/

Se você tem blog na internet, divulgue o endereço aqui no Blog do CAHIS.

Gilmar "Dantas" Mendes de "toga justa"

Gilmar Mendes passa por saia-justa em sabatina transmitida pela internet

BERNARDO MELLO FRANCO
da Reportagem Local

Às vésperas de deixar a presidência do STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Gilmar Mendes passou por uma "toga-justa" transmitida ao vivo pela internet. Na última sexta-feira, ele participou de sabatina promovida pelo YouTube, o portal de vídeos mais acessado do mundo. O que era para ser um balanço dos dois anos em que chefiou a corte se transformou num bombardeio de perguntas incômodas, muitas em tom acusatório, sobre polêmicas que marcaram sua gestão.

As questões foram enviadas por internautas e escolhidas em votação, sem interferência do STF. Durante 42 minutos, Mendes teve que ouvir críticas e provocações lidas no ar por uma apresentadora da TV Justiça. Foi chamado de "uma das vozes mais contundentes da direita conservadora" e até de "coronelzinho", numa referência à atuação política de sua família em Mato Grosso.

O tom de constrangimento surgiu logo na abertura, quando a locutora informou que não citaria "textos chulos, às vezes até pornográficos e com ofensas" contra o ministro.

Em seguida, anunciou seis perguntas sobre o tema mais votado: os dois habeas corpus que ele concedeu ao banqueiro Daniel Dantas, alvo da Operação Satiagraha da Polícia Federal, em 2008. Segundo ela, as questões foram agrupadas para evitar uma entrevista "só de um assunto".

O internauta que se apresentou como "Fonjic" afirmou que o STF "se autodestroi e cai em descrédito distribuindo habeas corpus a banqueiros corruptos".

Outro participante, identificado como "marioitalo", questionou a segunda decisão de Mendes em favor de Dantas: "O senhor recusou como prova a entrega, transmitida em rede nacional de TV, de R$ 1 milhão a agente da PF. Qual prova aceitaria para manter o banqueiro condenado a dez anos de prisão na cadeia?"

O ministro, visivelmente surpreso, voltou a criticar o delegado afastado da PF Protógenes Queiroz e o juiz Fausto de Sanctis. "Certamente o Brasil ainda vai saber muitos fatos sobre este episódio."

Em outro momento, Mendes foi acusado de "eleger e reeleger pessoas de confiança para beneficiar sua família" em Diamantino (MT). Rebateu no mesmo tom, apontando suposto envolvimento de um rival do clã com o crime organizado.

O ministro ainda foi cobrado por fazer suposta "denúncia vazia de grampo" contra a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e pelo número de entrevistas que concedeu. "Não seria melhor para a imagem do STF que o seu presidente falasse só nos autos?", perguntou "Diego". "Não sei o que é para o Diego o conceito de voz de direita conservadora. (...) O que é falar nos autos, quando se tem uma missão institucional?", retrucou.

Apesar dos momentos de desconforto, Mendes se disse satisfeito ao fim do programa. "Acho extremamente importante que nós possamos ter este diálogo", disse ele.

http://www.youtube.com/watch?v=Yt1tnv5p30I&feature=player_embedded

Transcrito integralmente de http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u722989.shtml

terça-feira, 20 de abril de 2010

NOSSO COMPANHEIRO GABRIEL SIQUEIRA NA BANDEIRANTES AM

Domingo passado, o programa "Debates Culturais", da Rádio Bandeirantes, teve entre os seus convidados nosso colega Gabriel Siqueira, que levou a público nossas lutas e reivindicações.

Acima, da esquerda para a direita: Victor Loureiro (sub-secretário de cultura do município de Nilópolis), Sérgio Russo (historiador), Kadú Santoro (teólogo), Adílio Jorge Marques (professor), Denise Mordenel (professora) e Gabriel Pinheiro de Siqueira Gomes (estudante de História, membro da "Gestão FILHOS DA PÚBLICA IV" do CAHIS).

Se você não pôde ouvir o programa, acesse http://www.debatesculturais.com.br/?page_id=4600 para ouvir e baixar a íntegra da edição de 18/04/2010.

MAIS UM EVENTO DE SUCESSO PROMOVIDO PELO CAHIS

Ontem (19 de abril) foi mais uma data especial para o Centro Acadêmico de História, com a realização do debate "Quem são os humanos que têm direitos no Brasil"

Mesmo com alguns contratempos, que foram explicados ao início do evento, os três palestrantes presentes abrilhantaram o debate, para uma plateia lotada. A Gestão Filhos da Pública IV agradece aos professores Oswaldo Munteal e Jaime Antunes e ao companheiro Joba Alves, lutador do Movimento dos Sem Terra, pela participação e pelo compromisso de comparecerem ao evento.

Agradecemos também a todos os alunos que compareceram, lotando o auditório mesmo nessa semana de feriadão.

Em breve os certificados serão enviados por correio eletrônico. Acompanhe o Blog do CAHIS e fique atento quanto as datas de entrega. E no Álbum do CAHIS no Flickr, veja as imagens do evento.

Realização
CENTRO ACADÊMICO DE HISTÓRIA
GESTÃO "FILHOS DA PÚBLICA IV

domingo, 18 de abril de 2010

JA É NESSA SEGUNDA

QUEM SÃO OS HUMANOS QUE TÊM DIREITOS NO BRASIL?
Participe desse debate, informe-se e ganhe certificado de atividade extraclasse
SEGUNDA-FEIRA, 19ABR2010, 18H, AUDITÓRIO 91 DA UERJ-MARACANÃ
(chegue cedo para garantir lugar)
Realização
CENTRO ACADÊMICO DE HISTÓRIA
Gestão "FILHOS DA PÚBLICA IV"

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Membro do CAHIS fala à rádio

Um dos convidados para o programa "Debates Culturais" deste domingo na Bandeirantes AM 1360 é GABRIEL PINHEIRO DE SIQUEIRA GOMES, do Centro Acadêmico da História da UERJ, chamado para falar dos seguintes tópicos:

- Tentativa de privatização do HUPE (Hospital Universitário Pedro Ernesto), levando a documentação e explicando a movimentação da UERJ;
- Situação da Universidade Pública no Brasil, em especial a estadual UERJ, com o corte sistemático de verbas, a falta de professores, etc..
- Politização estudantil;
- Caso "Aspásia Camargo" e "Caso Munteal"; entre outros assuntos.

Participam ainda Alessandro Lyra Braga; o designer, teólogo e criador do Jornal Despertar, Kadu Santoro; do ufólogo, escritor e historiador, Sérgio Russo e professor e sub-secretário de cultura do município de Nilópolis, Victor Tarcísio Loureiro. O programa conta, como debatedores fixos, com a participação do historiador, professor, mestre em Astronomia e doutor em História da Ciência, Adílio Jorge Marques e do jornalista e editor-chefe da revista http://www.consciencia.net/, Gustavo Barreto.

O programa falará sobre o projeto de privatização do Hospital Universitário Pedro Ernesto, sobre a situação atual da UERJ, com o corte sistemático de verbas e a falta de professores em vários cursos e sobre a politização estudantil no dias atuais. Os debatedores discutirão também sobre o perfil cultural e intelectual dos apóstolos de Jesus Cristo e as divergências em torno desses perfis. O programa ainda falará sobre as comemorações pelo dia de São Jorge que ocorrerão no município de Nilópolis, promovidas pela prefeitura municipal.

O áudio de várias edições antigas está disponível em http://www.debatesculturais.com.br/.

Programa Debates Culturais
Domingo (18 de abril), de 13 às 15h.
Bandeirantes AM 1360.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Professor Aurélio Fernandes na Globo News

Representando a Federação das Associações de Moradores das Favelas do Rio de Janeiro (FAFERJ), o Professor Aurélio Fernandes falou ao "Jornal das Dez", da Globo News. Reparem que os entrevistadores o interrompiam toda hora.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Quem São os Humanos Que Têm Direitos no Brasil?

O CAHIS promove a discussão do Programa Nacional de Direitos Humanos 3 (PNDH-3) na UERJ, com a presença do Ministro Paulo Vannuchi (Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República), Joba Alves (Coordenador Nacional do MST), Oswaldo Munteal (Professor UERJ, Facha e PUC-RJ) e Jaime Antunes (Diretor-Geral do Arquivo Nacional e Professor da UERJ).

Recomendamos que os interessados cheguem cedo.

19/04/2010 (segunda-feira)
UERJ - campus Maracanã - 9º Andar - Auditório 91 - às 18:00 horas.

Relatoria da assembleia do CAHIS 25/03 e 12/04 de 2010

Essa assembleia foi realizada em dias diferentes. Originalmente marcada para o dia 25/03, houve nessa data somente a reunião da manhã, pois à noite faltou luz na UERJ. A assembleia do turno da noite ocorreu somente no dia 12/04 devido aos feriados, dias de aula devido as fortes chuvas e o envolvimento dos membros da gestão na organização do evento do CAHIS do dia 19/04 sobre o PNDH 3 (mais na postagem acima).

Falta de professores: Na reunião do dia 12/04, todas as turmas sem professores já haviam sido sanadas, com exceção de história da áfrica (manhã e noite). Contudo, no dia seguinte o CAHIS foi informado pelo chefe de departamento de história que as aulas dessa disciplina se inciarão no dia 15/04 (quinta-feira) para a manhã e 16/04 (sexta-feira) para a noite.

Quanto aos problemas de infraestrutura do andar, o CAHIS solicitou ao Professor José Augusto, diretor do IFCH, uma reunião com o prefeito dos campi, professor Ivair Lopes, que está marcada para o dia 15/04. Levaremos o dossiê feito pelo CAHIS para mostrar nossas demandas.

Quanto à sala 9001 F, caso ela não seja arrumada em 15 dias a partir do envio do ofício do CAHIS solicitando tal ação, faremos uma paralisação estudantil em data a marcar para, em regime de mutirão, limpar e arrumar a sala, realizando ainda uma atividade cultural valendo certificado de horas complementares do CAHIS.

Quanto ao caso da professora Aspásia Camargo, o CAHIS entrará com pedido para que ela não seja mais colocada em turmas da história (o que já fizemos ano passado e foi solenimente negligenciado pelo departamento de ciências sociais). Caso nada seja feito, entraremos com um pedido de sindicância. Voltaremos também com os cartazes denunciando a intimidação sofrida pelos alunos ano passado feita por capangas da docente.

Ficou decidido escrevermos cartas de solidariedade aos professores enfermos, João Gustavo e Manoel Salgado e ao Professor Oswaldo Munteal pelas ameaças de morte que vêm recebendo devido às denúncias de sua pesquisa sobre o assassinato do ex-presidente João Goulart pela ditadura militar.

Os alunos Renato e Jefferson "Mexicano" apresentaram uma proposta de um cine-clube para cursos pré-vestibulares comunitários, feito com apoio do CAHIS. Os companheiros vão colocar no papel suas ideias e estruturar a proposta para que ela se torne realidade.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Assembleia do CAHIS segunda-feira, dia 12/04

No dia 25/03 realizaríamos a primeira assembleia do CAHS em 2010. No turno da manhã, tudo correu bem, com uma presença massiva dos estudantes. Mas ficamos impossibilitados de realizar a reunião à noite devido a falta de energia elétrica.
Estamos remarcando a assembleia para segunda-feira, dia 12/04. A pauta é a mesma da assembleia da manhã e segue abaixo.
A presença de todos e todas é fundamental!

Pauta:

· Falta de salas/ infraestrutura do andar
· Falta de professores
· Questão da RAV 92/ Laboratório de informática do IFCH
· Caso “Aspásia Camargo”
· Cancelamento de eletivas à noite
· Cine-clube CAHIS 2010
· Solidariedade com os professores Manoel Salgado e Oswaldo Munteal
· Conjuntura política do curso/ Balanço da calourada

Data: 12/04/2010 (segunda-feira)
Horário: 19:30 na Sede do CAHIS
Essa é a assembleia do turno da noite que não pode ser realizada dia 25/03 devido à falta de luz.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

CAHIS SERVIÇO: AULAS NA UERJ VOLTAM NESTA QUINTA-FEIRA

O Reitor determinou: nesta quinta-feira (08/04) a UERJ retorna suas atividades administrativas. Ou seja: aula normal.

Globo faz coro com prefeito e governador pondo a culpa no povo

Quem lê e ouve a cobertura das "Ornagizaçõe$ Globo" vê a defesa descarada da política fascista de remoção de comunidades carentes. Sérgio Cabral e Eduardo Paes querem imitar seus ídolos Carlos Lacerda e Sandra Cavalcanti na política fascista de mandar os vizinhos indesejados da burguesia para cabeças-de-suíno inacabados e distantes.

Nesse caos vivido pela população carioca, ninguem falou na falta de obras, na verba para saneamento que existe mas não é utilizada, na rede de águas pluviais que em alguns locais passa dos 300 anos (fato confirmado pelos alagamentos na Lapa e no Estácio)...

Depois querem culpar o povo que é obrigado a morar nos barrancos. Quem vive nas comunidades não têm dinheiro pra pagar aluguel, não conseguem comprar sua casa própria e, se moram em bairros distantes, são obrigados a pagar pra trabalhar, dependentes do vergonhoso sistema de transportes do Rio. Depois de quase acontecer um desastre quando dois trens ficaram desgovernados, Cabral falou que ia resolver o problema dando "um puxão de orelha" na Supervia. Será que ele e seu fiel escudeiro Dudu Milícia vão querer dar um puxão-de-orelha em São Pedro?

Enquanto isso, o Governo Federal só mandou 2% das verbas de defesa civil para o Rio. Mas não existe a união entre os governos? Cabral e Paes não são amigos do Lula? Mas para a burguesia que assiste ao Jornal Nacional, nada disso é problema, pois eles podem morar no 20° andar de um condomínio na Barra enquanto os "invasores dos morros" insistem em morar nos barrancos.

Nesse momento que pensam em remover moradores de casas onde vivem há 30, 40 anos, é bom lembrar de Leonel Brizola, que deu título de propriedade a milhares de moradores de comunidades. Se não fossem esses títulos, Eduardo Paes teria pilotado os tratores da Prefeitura pra derrubar casas, igual a quando era sub-prefeito, quando derrubou uma colônia de pesca da Barra pra especulação imobiliária construir o Shopping Barra-Point.

E pensam em política habitacional? Faz um Nova Sepetiba no meio do nada, afinal burguês tem medo de morar junto a pobre. Devem saber que a revolta popular partirá das massas proletárias exploradas pelo capitalismo.

Afinal, vai que o povo começa a se unir em associações de moradores, grupos dos seus direitos. Aí isso aqui vira uma "ditadura" igual a da Venezuela... Afinal democracia, para a Globo, é o povo ser explorado e expulso das suas casas pela dulpa Cabral-Paes.

terça-feira, 6 de abril de 2010

UERJ CONTINUARÁ FECHADA

Nesta quarta-feira, a UERJ não irá funcionar.

A chuva continua há quase 30 horas na cidade do Rio, dificultando a normalização da vida na cidade. Estado e Prefeitura cancelaram as aulas nas escolas, pedindo ainda às escolas particulares para que cancelem as aulas.

Enquanto isso, temos que aturar as "otoridades" do Rio colocando a culpa das chuvas no povo sofrido das comunidades carentes e na natureza. E VOCÊ VAI VOTAR NOVAMENTE EM SÉRGIO CABRAL E EDUARDO PAES?

Mudou alguma coisa? (2)

ÚLTIMA HORA - quarta-feira, 12 de janeiro de 1966
JORNAL DO BRASIL - terça-feira, 11 de janeiro de 1966

JORNAL DO BRASIL - sábado, 20 de fevereiro de 1988
JORNAL DO BRASIL - domingo, 21 de fevereiro de 1988
JORNAL DO BRASIL - sexta-feira, 23 de fevereiro de 1996
O DIA - Terça-feira, 6 de abril de 2010

Mudou alguma coisa?

11.01.1966 - Arquivo O Globo - enchente de 1966.

Diferente de 2010, só os carros...
...pois até o governo era o mesmo. Ou Corvo Lacerda e Dudu Milicia Cabral tem diferença?

O Rio em baixo d´água

Nesse dia de caos, será que o prefeito e o governador vão colocar a culpa em São Pedro?
1966, 1988... De novo a natureza fazendo a crítica da conjuntura.

Desenho de Antônio Máximo, aluno do3° P./noite e membro da Gestão FILHOS DA PÚBLICA IV

Aulas Suspensas Hoje, Terça-Feira, 06/04

O reitor determinou a suspensão das aulas hoje, terça-feira, 06/04, devido às fortes chuvas que caem desde o final da tarde de ontem.
As vias de acesso à UERJ estão alagadas e pela manhã os trens não estavam parando nas estações Mangueira e Maracanã.
Ao que parece o metrô funciona normalmente (não que isso seja algo de bom).

CAHIS UERJ - Gestão Filhos da Pública IV

domingo, 4 de abril de 2010

Hugo Chávez x "impren$a marrom"


O que a imprensa conservadora silencia sobre a Venezuela
Por Mário Augusto Jakobskind- Adital - do Rio de Janeiro

A República Bolivariana da Venezuela segue na ordem do dia da mídia. Quem acompanha o noticiário diário das TVs brasileiras e alguns dos jornalões tem a impressão que o país está à beira do caos e por lávigora a mais ferrenha obstrução aos órgãos de imprensa privados. Mas há quem não tenha essa leitura sobre o país vizinho, que no próximo mês de setembro elegerá os integrantes da Assembléia Nacional.

José Gregorio Nieves, secretário da organização não-governamental Jornalistas pela Verdade, informou recentemente a representantes da União Européia que circularam em Caracas que nos últimos 11 anos,correspondente exatamente à ascensão do presidente Hugo Chávez, houve um avanço na democratização da comunicação na Venezuela. Ele baseia as suas informações em números. Segundo Nieves, há atualmente um total de 282 meios alternativos de rádios e televisões onde a população que não tinha voz agora tem.

Houve, inclusive, um aumento da democratização do acesso aos meios de comunicação. Até 1998, ou seja, no período em que a Venezuela era governada em revezamento, ora pela Ação Democrática (linha social-democrata), ora pela Copei (linha social cristã), não havia permissão para o funcionamento de veículos comunitários. No país existiam apenas 33 radiodifusores privados e 11 públicos, todos eles avaliados pela Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel).

Que seja ouvido o outro lado.
Hoje, ainda segundo informação prestada por Nieves a representantes da UE, as concessões privadas em FM chegam a 471 emissoras, sendo 245 comunitárias e 82 de caráter público. Na área da televisão, o total de canais abertos privados até 1998 era de 31 particulares e oito públicos. Atualmente, a Conatel concedeu concessões a 65 canaisprivados, 37 comunitários e 12 públicos.

A lógica desses números contradiz, na prática, a campanha midiática de denúncia de falta de liberdade de imprensa. Seria pouco lógico que num período em que aumentaram as concessão de rádio e TV para a área privada o governo restringisse os passos das referidas empresas.

O secretário de organização dos Jornalistas pela Verdade informou ainda que a Lei de Responsabilidade Social no Rádio e Televisão permitiu o fortalecimento dos produtores nacionais independentes.Nieves fez questão de assinalar que a ONG que ele representa rejeita a manipulação contra o governo bolivariano que ocorre em âmbito da UE e em outros fóruns.
É importante que os leitores e telespectadores brasileiros tenham acesso a outros canais de informação e não aos de sempre, apresentados diariamente pelos grandes meios de comunicação vinculados à Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP). Em outros termos: que seja ouvido o outro lado, para que não prevaleça, como tem acontecido, o esquema do pensamento único.

RCTV é confirmada como produtora nacional.
Para se ter uma idéia de como funciona o mecanismo do pensamento único, no próximo dia 1º de março, em São Paulo, o Instituto Millenium estará promovendo um seminário sobre "Liberdade de Expressão" que contará com a participação, entre outros, do presidente da RCTV venezuelana, Marcel Garnier, do colunista das Organizações Globo Arnaldo Jabor, do sociólogo Demetrio Magnoli, do jornalista Reinaldo Azevedo, da Veja, e de Carlos Alberto Di Franco, membro da seita Opus Dei.

O Instituto Millenium é dirigido, segundo informa o jornal Brasil de Fato, por Patrícia Carlos de Andrade, ex-mulher do ex-diretor do Banco Central no período FHC, Armínio Fraga, e filha do falecido jornalista Evandro Carlos de Andrade, que a partir de 1995 coordenou a Central Globo de Jornalismo. Os mediadores do seminário serão três profissionais de imprensa das Organizações Globo: o diretor Luís Erlanger, o repórter Tonico Pereira e o âncora William Waack.

Já se pode imaginar o tipo de crítica ao governo venezuelano que vem por aí. Vão lamentar a suspensão de seis emissoras de TV a cabo, mas provavelmente deixarão de mencionar, como tem feito a mídia conservadora, que cinco desses canais já retornaram ao ar porque deram as informações necessárias solicitadas pela Conatel. Quanto à RCTV, que se julga internacional, a Conatel confirmou a classificação do canal de TV a cabo como produtora nacional, o que conseqüentemente a obriga a acatar as leis do país. Se fizer isso, poderá voltar ao ar. Se não o fizer, Marcel Garnier continuará circulando por países da América Latina para denunciar a "falta de liberdade de imprensa no país de Chávez".

Sem contraponto.
Ah, sim: nestes dias, o governo do Uruguai, cujo presidente, Tabaré Vázquez, encerra o mandato na mesma data do seminário promovido pelo Instituto Millenium, anunciou que vai punir dezenas de emissoras de rádio que se recusaram a entrar na cadeia nacional obrigatória em que o chefe do Executivo uruguaio informava a população sobre questões relacionadas aos direitos humanos. Os jornalões e as TVs brasileiros não deram uma linha sobre o fato, ao contrário do que aconteceu quando a Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel) da Venezuela decidiu suspender emissoras de rádio que estavam em situação irregular.

Por estas e muitas outras é que os leitores e telespectadores brasileiros e da América Latina de um modo geral recebem informações sobre a Venezuela apenas com base do que dizem os inimigos da Revolução Bolivariana. Não há contraponto.

Eduardo Galeano denuncia o terrorismo sionista

A impunidade de Israel vista por Eduardo Galeano

O escritor Eduardo Galeano lembra que Israel é o país que jamais cumpre as recomendações nem as resoluções da ONU, o que nunca acata as sentenças dos tribunais internacionais, o que burla leis internacionais e também o único país que legalizou a tortura de prisioneiros. Galeano pergunta: quem deu a Israel o direito de negar todos os direitos? Acaso a tragédia do Holocausto implica apólice de eterna impunidade? Ou esse sinal verde provém dos EUA, potência mandona, que tem em Israel o mais incondicional dos seus vassalos?

Eduardo Galeano
Tudo indica que esta carnificina de Gaza, que, segundo seus autores, pretende acabar com os terroristas, conseguira multiplicá-los. Desde 1948, os palestinos vivem condenados à humilhação perpétua. Não podem nem respirar sem autorização. Perderam a sua pátria, as suas terras, a sua água, a sua liberdade, perderam tudo. Nem sequer têm direito a eleger os seus governantes. Quando votam em quem não devem votar, são castigados. Gaza está a ser castigada; converteu-se numa ratoeira sem saída.Algo semelhante ao que ocorreu em 1932, quando o Partido Comunista triunfou nas eleições de El Salvador.Banhados em sangue, os salvadorenhos expiram o seu mau comportamento e desde então viveram submetidos a ditaduras militares.A democracia é um luxo que nem todos merecem São filhos da impotência os foguetes caseiros que os militantes do Hamas, encurralados em Gaza, disparam com má pontaria sobre as terras que haviam sido palestinas e que a ocupação israelense usurpou.E o desespero, à margem da loucura suicida, é a mãe das bravatas que negam o direito de Israel à existência, gritos sem nenhuma eficácia, enquanto a muito eficaz guerra de extermínio está a negar, desde há anos, o direito à existência da Palestina.Já pouca Palestina resta.Passo a passo, Israel está a apagá-la do mapa.Os colonos invadem e atrás deles os soldados vão corrigindo a fronteira.As balas sacralizam o roubo, em legítima defesa.Não há guerra agressiva que não diga ser guerra defensiva.Hitler invadiu a Polônia para evitar que a Polônia invadisse a Alemanha.Bush invadiu o Iraque para evitar que o Iraque invadisse o mundo.Em cada uma das suas guerras defensivas, Israel devorou outro pedaço da Palestina, e os almoços prosseguem.A devoração justifica-se pelos títulos de propriedade que a Bíblia concedeu, pelos dois mil anos de perseguição que o povo judeu sofreu e pelo pânico que geram os palestinos à espreita.Israel é o país que jamais cumpre as recomendações nem as resoluções das Nações Unidas, o que nunca acata as sentenças dos tribunais internacionais, o que burla leis internacionais, e é também o único país que legalizou a tortura de prisioneiros.Quem lhe deu o direito de negar todos os direitos?De onde vem a impunidade com que Israel está a executar a matança de Gaza?O governo espanhol não terá podido bombardear impunemente o País Vasco para acabar com a ETA, nem o governo britânico terá podido arrasar a Irlanda para liquidar o IRA. Acaso a tragédia do Holocausto implica uma apólice de eterna impunidade?Ou esse sinal verde provém da potência mandona que tem em Israel o mais incondicional dos seus vassalos? O exército israelense, o de armamento mais moderno e refinado do mundo, sabe a quem mata. Não mata por erro. Mata por horror. As vítimas civis chamam-se danos colaterais, conforme o dicionário de outras guerras imperiais. Em Gaza, de cada dez danos colaterais, três são crianças. E somam milhares os mutilados, vítimas da tecnologia do esquartejamento humano, que a indústria militar está a ensaiar com êxito nesta operação de limpeza étnica. E como sempre, sempre o mesmo: em Gaza, cem a um. Por cada cem palestinos mortos, um israelense. Gente perigosa adverte o outro bombardeamento, a cargo dos meios maciços de manipulação, que nos convidam a acreditar que uma vida israelense vale tanto como cem vidas palestinas. E esses meios também nos convidam a acreditar que são humanitárias as duzentas bombas atômicas de Israel, e que uma potência nuclear chamada Irã foi a que aniquilou Hiroshima e Nagasaki.A chamada comunidade internacional, existe?Será algo mais que um clube de mercadores, banqueiros e guerreiros?Será algo mais que o nome artístico que os Estados Unidos se põem quando fazem teatro?Perante a tragédia de Gaza, a hipocrisia mundial brilha mais uma vez. Como sempre, a indiferença, os discursos vazios, as declarações ocas, as declarações altissonantes, as posturas ambíguas rendem tributo à sagrada impunidade. Perante a tragédia de Gaza, os países árabes lavam as mãos. Como sempre. E como sempre, os países europeus esfregam as mãos. A velha Europa, tão capaz de beleza e de perversidade, derrama uma ou outra lágrima, enquanto secretamente celebra esta jogada de mestre. Porque a caça de judeus foi sempre um costume europeu, mas desde há meio século essa dívida histórica está a ser cobrada aos palestinos, que também são semitas e que nunca foram, nem são, anti-semitas. Eles estão a pagar, em sangue contante a sonante, uma conta alheia. (Este artigo é dedicado aos meus amigos judeus assassinados pelas ditaduras latino-americanas que Israel assessorou.

Transcrito integralmente de www.porfiriolivre.com/.../impunidade-de-israel-vista-por-eduardo.html

sábado, 3 de abril de 2010

Armando Nogueira

De diretor-responsável da "Central Globo de Alienação" a dublê de poeta da crônica esportiva... Dois membros da "Gestão FILHOS DA PÚBLICA IV" trocam memórias sobre Armando Nogueira.

--------------------------------------------------------

Nada é mais covarde do que bater em cadáver. O problema é quando, ao invés de enterrá-lo, resolvem pendurá-lo como espantalho. Armando Nogueira virou um espantalho digital: "poeta do esporte", "reserva moral do jornalismo". Nem uma coisa nem outra. Seus textos pingavam gordura, pieguices de um Coelho Neto de segunda divisão; completamente diferente do grande João Saldanha, texto preciso, com humor, de quem, aliás, Nogueira não gostava. Saldanha dizia que Nogueira queria o poder no futebol, mas que era muito dissimulado para dizer isso com clareza. Dava pra ver. Em mesas redondas, o cara era cheio de dedos, disfarçados naquela chorumela de Drummond de Xapuri.

Quanto à "reserva moral", eu me lembro do que ficou conhecido como "caso Proconsult". O ano era 82, primeira eleição direta pra governador, depois da abertura e da volta dos exilados, Brizola favorito disparado. Começa a cilada, armada na primeira apuração eletrônica das eleições. A Proconsult - empresa de militares da reserva, dizem que da área de informações - havia sido encarregada de fazer a apuração e, junto com a Globo, armava a picaretagem na seguinte base: dobrava ou triplicava os votos do interior do Estado, a maioria de cabresto, votos do Moreira Franco, candidato da ditadura, e mantinha ou reduzia os votos pesados, que faziam a diferença da Capital, praticamente de oposição, dados quase integralmente ao Brizola. Neste ponto, justiça seja feita, quem desconfiou da armação e avisou ao Brizola foi o Cesar Maia, que, depois, deu no que deu. Brizola foi à Globo, forçou a entrada e veio a público fazer a denúncia, abortando a tempo o golpe, num momento em que Moreira já dava entrevista como governador eleito. O próprio Roberto Marinho comandava a operação, através da "reserva moral do jornalismo".

ANTÔNIO MÁXIMO
3° período/noite
--------------------------------------------------------
Enquanto jornalista, Armando Nogueira só deu um furo: estava voltando da noitada pra sua casa, na rua Tonelero, em agosto de 1954, quando viu o "atentado" contra Carlos Lacerda (quando tentaram matar o corvo dando-lhe um tiro no dedão do pé).

Depois dessa, virou dublê de poeta e diretor de jornalismo da Globo, nos primórdios do canal 4. Na época, o noticiário era o Ultra-Notícias, produzido por uma agência de publicidade, que escolhia o noticiário de acordo com seus interesses comerciais. Quem disse isso foi o próprio Armando, em seus depoimentos ao "Memória Globo".

Servidor dócil dos generais da Ditadura e de seu general sem farda, Roberto Marinho, Armando Nogueira criou o padrão do Jornal Nacional: locutores com aparência de ator da novela das oito, notícias rápidas e nunca drando mais de 15 minutos, para que a telespectadora das novelas das sete e das oito não mudasse de canal durante o JN, que nos anos 1970 era exibido entre 19:45 e 20:00.

Armando foi um "operário-padrão" do chefe Marinho, sempre fazendo o que ele manda - aí vão a manipulação da eleição de 1982, a omissão do comício das Diretas em São Paulo, em 1984, e por aí vai...

Em 1989, Armando Nogueira foi aos jornais criticar a manipulação do debate entre Collor e Lula, feita a revelia dele (é o que ele dizia). Coincidência ou não, meses depois ele foi demitido da Globo, depois de quase 25 anos na direção. Em seu lugar entrou Alberico Souza Cruz, o responsável pela edição daquele debate.

BRUNO PERES
7° período/noite
--------------------------------------------------------
Leia também esse texto de Eliakim Araújo, que conheceu, de dentro, o "Padrão Globo de Alienação": http://www.fazendomedia.com/?p=3190

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Texto esclarecedor para estudo e reflexão


O QUE É O SIONISMO?
Por Ralph Shoeman

A comunidade judaica internacional deve repudiar o Estado de Israel, fundado por amigos de nazistas e colaboradores do Holocasuto. O tenebroso Holocausto de judeus na Europa na década de 40 jamais foi combatido pelo movimento sionista (fundador do Estado de Israel). Ao contrário, o movimento sionista colaborou (inclusive financeiramente) com a Alemanha nazista em diversos momentos, e chegou a fazer acordos com os nazistas na Hungria para que o Holocausto fosse levado adiante, com a liberação de apenas uma "elite" de alguns poucos judeus "jovens, saudáveis e inteligentes" dispostos a ir participar da invasão da Palestina, enquanto o restante poderia perecer nas câmeras de gás. O sionistas tinham interesse no Holocausto, pois servia para afugentar os judeus da Europa, em direção ao Oriente Médio, para participarem da invasão da Palestina e do consequente massacre terrorista contra os habitantes daquela terra, os árabes palestinos. Essas afirmações, que podem chocar algumas pessoas pelo seu "ineditismo", são baseadas em verdades históricas puras e simples, ignoradas durante décadas pela grande mídia. Não se trata de "revisionismo" (o porco movimento neonazista que afirma que o "Holocausto não existiu"), pelo contrário, trata-se do reconhecimento de que o Holocausto nazista de judeus existiu, foi um enorme crime contra a humanidade, e que foi apoiado pelo movimento sionista (fundador de Israel).

Não são afirmações vazias e sem prova, e sim fruto de uma pesquisa histórica séria de vários autores, muitos deles JUDEUS, baseados em diversas fontes que incluem até mesmo autos de processos judiciais que correram em tribunais do próprio Estado de Israel.

Um dos historiadores JUDEUS que escreveu sobre o tema da colaboração entre sionistas e nazistas foi Ralph Schoenman, autor do livro "A História Oculta do Sionismo" (The Hidden History of Zionism), datado de 1988. Neste livro, onde Schoenman analisa de um ponto de vista científico as origens do movimento sionista, e denuncia seus crimes contra os palestinos e contra os próprios judeus, existe um capítulo inteiro dedicado à análise da colaboração entre movimento sionista e Alemanha nazista, e da cumplicidade sionista no Holocausto. O capítulo, de número 6, tem o título "O sionismo e os judeus" (Zionism and the Jews), e pode ser lido integralmente, em inglês, neste link: http://www.marxists.de/middleast/schoenman/ch06.htm (fonte:www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/07/358170.shtml)

ENTREVISTA COM O AUTOR DO LIVRO "A HISTÓRIA SECRETA DO SIONISMO"
O escritor e diretor da Campanha Palestina pede o fim de toda a ajuda ao Estado de Israel e acusa: “A liderança sionista colaborou com os piores perseguidores dos judeus durante o século XIX e o século XX, incluindo os nazistas”

Ralph Schoenman foi diretor-executivo da Fundação pela Paz Bertrand Russel, papel através do qual conduziu negociações com inúmeros chefes de Estado. Com seu trabalho assegurou a libertação de prisioneiros políticos em muitos países e fundou o Tribunal Internacional dos Crimes de Guerra dos Estados Unidos na Indochina, organização da qual foi secretário-geral. Velho militante na vida política, fundou o Comitê dos 100, que organizou a desobediência civil massiva contra as armas nucleares e as bases americanas na Grã-Bretanha. Foi também fundador e diretor da Campanha de Solidariedade ao Vietnã e diretor do Comitê “Quem Matou Kennedy?”.Tem sido líder do Comitê por Liberdade Artística e Intelectual no Irã e co-diretor do Comitê em Defesa dos Povos Palestino e Libanês e do Movimento de Solidariedade de Trabalhadores e Artistas Americanos. Atualmente é diretor executivo da Campanha Palestina, que clama pelo fim de toda ajuda a Israel e por uma Palestina laica e democrática.

T&D – Em seu livro The Hidden History of Zionism (A História Oculta do Sionismo), você descreve quatro mitos sobre a história do sionismo. Nós gostaríamos que você explicasse um pouco seu livro.
Schoenman – O meu trabalho na Fundação Bertrand Russel foi importante por me dar a chance de documentar fatos da formação do Estado sionista de Israel. Em cursos e palestras que proferi em mais de uma centena de universidades americanas e européias, pude constatar que as pessoas não sabiam, não tinham conhecimento da história do movimento sionista, dos seus objetivos e de vários fatos. Nessas ocasiões deparei com concepções equivocadas sobre a natureza do Estado de Israel e foi isso que impulsionou o meu trabalho de escrever o livro, The Hidden History of Zionism, no qual eu abordo o que chamo de os quatro mitos que têm moldado a consciência nos estados Unidos e na Europa sobre o sionismo e o Estado de Israel.

T & D - Quais são esses quatro mitos?
Schoenman – O primeiro mito é o da “terra sem povo para um povo sem terra“. Os primeiros teóricos sionistas, como Theodor Herzl e outros, apresentaram para o mundo a Palestina como uma terra vazia, visitada ocasionalmente por beduínos nômades; simplesmente, uma terra vazia, esperando para ser tomada, ocupada. E os judeus eram um povo sem terra, que se originaram historicamente na Palestina; portanto, os judeus deveriam ocupar essa terra. Desde o começo, os primeiros núcleos de colonos, promovidos pelo movimento sionista, foram caracterizados pela remoção, pela expulsão armada da população palestina nativa do local onde essa população vivia e onde essa população trabalhava.

T & D - Quais os outros três mitos?
Schoenman – O segundo mito que o livro pretende discutir é o mito da democracia israelense. A propaganda sionista, desde o início da formação do Estado de Israel, tem insistido em caracterizar Israel como um Estado democrático no estilo ocidental, cercado por países árabes feudais, atrasados e autoritários. Apresentam então Israel como um bastião dos direitos democráticos no Oriente Médio. Nada poderia estar mais longe da verdade.Entre a divisão da Palestina e a formação do Estado de Israel, num período de seis meses, brigadas armadas israelenses ocuparam 75% da terra palestina e expulsaram mais de 800 mil palestinos, de um total de 950 mil. Eles os expulsaram através de sucessivos massacres. Várias cidades foram arrasadas, forçando assim a população palestina a refugiar-se nos países vizinhos, em campos de concentração e de refugiados. Naquele tempo, no período da formação do Estado de Israel, havia 475 cidades e vilas palestinas, que caíram sob o controle israelita. Dessas 475 cidades e vilas, 385 foram simplesmente arrasadas, deixadas em escombros, no chão, apagadas do mapa. Nas 90 cidades e vilas remanescentes, os judeus confiscaram toda a terra, sem nenhuma indenização.Hoje, o Estado de Israel e seus organismos governamentais, tais como o da Organização da Terra, controlam cerca de 95% da terra palestina. Pela legislação existente em Israel, é necessário provar, por critérios religiosos ortodoxos judeus, a ascendência judaica por linhagem materna até a quarta geração, para poder possuir terra, trabalhar na terra ou mesmo sublocar terra. Como eu digo sempre, nas palestras em que apresento meus pontos de vista, em qualquer país do mundo (seja Brasil, EUA, onde for), se fosse necessário preencher requisitos parecidos com esses, ninguém duvidaria do caráter racista de tal Estado; seria notória a existência de um regime fascista.A Suprema Corte em Israel tem ratificado que Israel é o Estado do povo judeu e que, para participar da vida política israelense, organizar um partido político, por exemplo, ou ter uma organização política, ou mesmo um clube público, é necessário afirmar que se aceita o caráter exclusivamente judeu do Estado de Israel. É um Estado colonial racista, no qual os direitos são limitados à população colonizadora, na base de critérios raciais.O terceiro mito do qual falo em meu livro é aquele criado para justificativa da política de Israel, que se diz baseada em critérios de segurança nacional. A verdade é que Israel é a quarta potência militar do mundo. Desde 1948, os EUA deram a Israel US$ 92 bilhões em ajuda direta. A magnitude dessa soma pode ser avaliada quando observamos que a população israelense variou entre 2 a 3 milhões nesse período. Se o governo americano dá algum dinheiro para países como Taiwan, Brasil, Argentina, e a aplicação desse dinheiro tiver alguma relação com fins militares, a condição é que as compras desse material têm que ser feitas dos EUA. Mas há uma exceção: as compras de material bélico podem ser feitas também de Israel. Israel é tratado pelos EUA como parte de seu território, em todos os assuntos comerciais.O que motivaria uma potência imperialista a subsidiar tanto um Estado colonial? A verdade é que Israel não pode mesmo existir sem a ajuda americana, sem os US$ 10 bilhões anuais. Israel é, portanto, a extensão do imperialismo na região do Oriente médio. Israel é o instrumento através do qual a revolução árabe é mantida sob controle. É, portanto, o instrumento através do qual as ricas reservas do Oriente Médio são mantidas sob o controle do imperialismo americano. É também um meio através do qual os regimes sanguinários dos países árabes são mantidos no governo, graças ao clima de tensão gerado por uma possível invasão israelense.O quarto mito a que me refiro no livro, que tem influenciado a opinião pública mundial, refere-se à origem do sionismo, à origem do Estado de Israel. O sionismo tem sido apresentado como o legado moral do holocausto, das vítimas do holocausto. O movimento sionista tem como que se “alimentado” da mortandade coletiva dos 6 milhões de vítimas da exterminação nazista na Europa. Esta é uma terrível e selvagem ironia. A verdade é bem o oposto disso. A liderança sionista colaborou com os piores perseguidores dos judeus durante o século XIX e o século XX, incluindo os nazistas. Quando alguém tenta explicar isso para as pessoas, elas geralmente ficam chocadas, e perguntam: o que poderia motivar tal colaboração? Os judeus foram perseguidos e oprimidos por séculos na Europa e, como todo povo oprimido, foram empurrados, impelidos a desafiar o establishment, o statu quo. Os judeus eram críticos, eram dissidentes. Eles foram impelidos a questionar a ordem que os perseguia. Então, o melhor das mentes da inteligência judia foi impelido para movimentos que lutavam por mudanças sociais, ameaçando os governos estabelecidos. Os sionistas exploraram esse fato a ponto de dizer para vários governos reacionários, como o dos mares na Rússia, que o movimento sionista iria ajudá-los a remover esses judeus de seus países. O movimento sionista fez o mesmo apelo ao kaiser na Alemanha, obtendo dele dinheiro e armas. Eles se reivindicavam como a melhor garantia dos interesses imperialistas no Oriente Médio, inclusive para os fascistas e os nazistas.

T & D - Como se deu essa colaboração dos sionistas com os nazistas?
Schoenman – Em 1941, o partido político de Itzhak Shamir (conhecido hoje como Likud) concluiu um pacto militar com o 3º Reich alemão. O acordo consistia em lutar ao lado dos nazistas e fundar um Estado autoritário colonial, sob a direção do 3º Reich. Outro aspecto da colaboração entre os sionistas e governos e Estados perseguidores dos judeus é o fato de que o movimento sionista lutou ativamente para mudar as leis de imigração nos EUA, na Inglaterra e em outros países, tornando mais difícil a emigração de judeus perseguidos na Europa para esses países. Os sionistas sabiam que, podendo, os judeus perseguidos na Europa tentariam emigrar para os EUA, para a Grã- Bretanha, para o Canadá. Eles não eram sionistas, não tinham interesse em emigrar para uma terra remota como a Palestina. Em 1944, o movimento sionista refez um novo acordo com Adolf Eichmann. David Ben Gurion, do movimento sionista, mandou um enviado, de nome Rudolph Kastner, para se encontrar com Eichmann na Hungria e concluir um acordo pelo qual os sionistas concordaram em manter silêncio sobre os planos de exterminação de 800 mil judeus húngaros e mesmo evitar resistências, em troca de ter 600 líderes sionistas libertados do controle nazista e enviados para a Palestina. Portanto, o mito de que o sionismo e o Estado de Israel são o legado moral do holocausto tem um particular aspecto irônico, porque o que o movimento sionista fez quando os judeus na Europa tinham a sua existência ameaçada foi fazer acordos, e colaborar com os nazistas.

Fonte: Revista Teoria & Debate (Fundação Perseu Abramo) nº 5 – janeiro/fevereiro/março de 1989, por Stylianos Tsirakis