quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Calendário Acadêmico 2010/1

Inscrição de Disciplinas dos veteranos (pelo aluno on line) – 25/02 a 03/03

Inscrição de disciplinas dos calouros (pessoalmente na secretaria do IFCH – Bloco B, sl. 9002 B) – Dias 02 e 03 de Março

Início das Aulas 2010/1 – 10 de Março

RID (pelo aluno on line) – 10 de Março

SAID – De 10 a 23 de Março

Término das aulas 2010/1 – 10 de Julho

Calendário acadêmico completo em: http://www.sr1.uerj.br/daa/files/calendario-academico-administrativo-2010.doc

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

A opinião da gestão Filhos da Pública IV acerca do Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3)

Amigos uerjianos, hoje escrevo em nome do Centro Acadêmico de História da UERJ gestão “Filhos da Pública IV”, o que não significa que nas últimas vezes que escrevi para o blog ou para o jornal não tivesse sido referendado por meus camaradas de gestão, pois estes são meus irmãos de ideologia também. Por isso este texto se tornou a opinião da gestão sobre o Plano Nacional dos Direitos Humanos (PNDH 3).

Meu primeiro texto em 2010 não poderia ter outro assunto que não o Plano Nacional dos Direitos Humanos e o ataque daqueles que podemos afirmar são os inimigos da nação brasileira e da democracia com seus ternos e gravatas disfarçados de médicos, advogados, militares e até sociólogos.

Entramos 2010 acompanhando a grande mídia e alguns filhotes da ditadura militar, como dizia Leonel Brizola, criticando uma das poucas medidas honrosas do governo Lula. Parece que em seu último ano de governo, o presidente resolveu colocar para “fora” o antigo projeto de quando o PT ainda era oposição. O Programa Nacional dos Direitos Humanos sai do papel 30 anos depois da Lei de Anistia. Aliás, lei essa com objetivo de salvar os torturadores e fazer valer a impunidade do terrorismo de Estado.

Este tema tem sido amplamente discutido pelos membros da gestão e coube a mim a tarefa de escrever em nome do CAHIS. Esta tarefa não seria tão difícil caso o espaço geográfico e temporal fosse mais elástico, é um assunto muito vivo em nosso cotidiano. As proposições do programa estão diante de todos quando assistimos, por exemplo, aos mortos pela violência urbana – morrem mais pessoas no Brasil do que nos países em guerra -, vemos as centenas de barracões de acampamentos dos sem-terra pelas estradas do Brasil, vemos ainda as políticas de extermínio da pobreza através de forças policiais desproporcionais contra toda e qualquer manifestação popular. Assistimos compatriotas que se matam todos os dias diante de suas ignorâncias forjadas pela falta de compromisso do Estado que não cumpre sua função verdadeira.

O Plano dos Direitos Humanos virá discutir as chagas do Brasil como acesso à terra, moradia e justiça. O PNDH 3 é estruturado da seguinte maneira: Interação democrática entre Estado e sociedade civil, desenvolvimento e direitos humanos, universalizar os direitos em um contexto de desigualdades, segurança pública, acesso à justiça e combate à violência, educação e cultura em direitos humanos, direito à memória e à verdade. Esses pontos se desdobram nas discussões sobre acesso à moradia, políticas para gays, lésbicas e transexuais, criação de uma “comissão da verdade” para investigação sobre mortos e desaparecidos no período ditatorial, discussões sobre o estatuto do idoso e leis em prol dos deficientes, além de revisão das concessões de rádio e TV, ponto de maior polêmica já que as principais emissoras se fixaram com auxílio do regime militar.

Em entrevista ao jornal “O Globo”, FHC afirmou que Lula “vestiu o sapato errado”. Isso nos permite enxergar que nem todos os militantes do início da ditadura saíram do mesmo lado ao fim dela. Os dois grandes “filhotes da ditadura” hoje são Fernando Henrique Cardoso e José Serra que tentam, a todo custo, emperrar o avanço do país, desta vez tentando atravancar o Plano Nacional dos Direitos Humanos. Ainda tentam fazer pressão para que as investigações se estendam aos militantes de esquerda mesmo que muitos deles tenham sido mortos, torturados ou exilados, ou seja, se quiserem julgar esses homens e condená-los não conseguirão, pois muitos deles, mesmo sendo inocentes, já cumpriram uma pena imposta pelo estado terrorista.

Precisamos lembrar que nem mesmo o Ato Institucional 5 (AI-5) deu aos militares e policiais civis o direito de torturar e matar, isso deve ser colocado em seu devido lugar, ou seja, os torturadores não devem ser torturados, muito pelo contrário, o programa propõe uma comissão da verdade para investigar esses crimes e ao judiciário caberá o julgamento, isto é, a natureza deste plano é legal, pois pretende agir diante das leis preestabelecidas pela constituição.

Com isso qualquer cidadão com o mínimo de sensatez percebe a importância deste plano para o avanço da democracia e dos direitos humanos no Brasil, por este motivo não podemos ceder aos velhos conhecidos como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador de São Paulo José Serra, desta vez travestidos nas figuras de sociólogo “marxista” e médico ex-militante, respectivamente.

Temos que discutir, de fato, a política de diretos humanos, mas temos que manifestar nossa posição e não apenas ficarmos em bares, corredores e rodas de amigos enquanto a reação ataca de todas as maneiras possíveis o programa.

Nós, estudantes e futuros professores, temos obrigação de apoiar esse PNDH 3, o que não exclui propor mudanças e inserções de tópicos.

Desejamos coragem ao Secretário dos Direitos Humanos Paulo Vanucchi e a todos os envolvidos nesse projeto, pois a reação já está dada. Mesmo com todas as críticas o Plano deve ser incrementado e aprofundado. Avancemos com a frágil democracia brasileira e deixamos aqui mensagem de apoio ao programa.

Aos senhores torturadores fica apenas o desejo de justiça, aos exigimos apenas o silêncio e o respeito àqueles que perderam suas vidas ou as de parentes queridos em um ato lamentável de covardia e abuso. Aos Senhores Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Nelson Jobim, Alexandre Garcia e muitos outros exigimos apenas silêncio em respeito aos mortos pela fome, pela falta de moradia, pela AIDS. Silêncio pelas crianças que perderam suas vidas na prostituição, nas drogas, silêncio pelas vidas femininas desperdiçadas nas salas de aborto.

Nós esperamos a boa vontade de alguns governantes para que essas leis saíssem do papel e falhamos, ficamos em silêncio e agora as leis estão de baixo de nossos narizes e continuamos parados olhando a velha e decrépita “direita” tentar impedir que o povo tenha uma moradia digna e comida na mesa? NÃO!

Convoco todas as entidades políticas e sociais a apoiarem este plano mesmo com suas falhas, pois isto significa apoiar a democracia. Não podemos deixar velhos e novos torturadores soltos sem julgamento, não podemos deixar 100 milhões de brasileiros sem moradia, não podemos deixar 60 milhões abaixo da linha de pobreza, não podemos deixar a mídia que apoiou a ditadura livre de sanções, não podemos deixar os brasileiros sem acesso à educação, não podemos deixar o Brasil sem conhecer a história verdadeira do Capitão Sergio Macaco, de Luiz Carlos Prestes, Darcy Ribeiro, Leonel Brizola, e outros como Coronel Brilhante Ustra, os brigadeiros Hipólito da Costa e João Paulo Burnier. Não podemos deixar o Brasil sem o direito à VERDADE, não podemos deixar o Brasil sem Direitos Humanos.

DEIXEMOS O BRASIL COM HUMANOS DIREITOS.


"Temos, há muito tempo, guardado dentro de nós um silêncio bastante parecido com a estupidez".
- Eduardo Galeano

Enviado Especial da União das Repúblicas Socialistas do 9º andar – Gabriel Siqueira

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Novas Regras Para Auxílio Financeiro

A SR-1 (Sub Reitoria de Graduação) informa que a partir de janeiro de 2010 os pedidos de auxílio financeiro para alunos que desejem viajar para apresentar trabalhos em eventos deverão ter o parecer de um professor que ateste a qualidade do trabalho apresentado.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Wadih Damous: Campanha pela verdade

A OAB entende que a Lei da Anistia não vale para os crimes de tortura
Texto do Presidente da OAB-RJ, Wadih Damous, publicado na edição de 26/01/2010 de "O Dia"

Rio - Trinta anos se passaram da promulgação da Lei da Anistia e continuam abertas as feridas. Sangram ainda. Não cicatrizaram porque a pacificação do País jamais poderá acontecer sem a sua reconciliação com a própria história. E com a verdade dos fatos tornada pública para que enfim se faça a paz e as vítimas da ditadura possam descansar com a dignidade negada, até agora, pela não responsabilização dos servidores públicos que cometeram crimes de tortura a mando do Estado.

Não é por outra razão que lançamos a Campanha pela Memória e pela Verdade. Esperamos que acenda debate nacional, sereno e produtivo, sobre a necessidade de se identificar e responsabilizar judicialmente os agentes que praticaram crimes de lesa humanidade, imprescritíveis. Esses crimes não são tolerados pela Constituição nem previstos nos atos de exceção que vigiram nos anos em que a democracia foi ignorada.

A OAB não aceita a falsa paz que setores militares, tendo como porta-voz um civil de argumentos retrógrados, tentam impor como cangalha no pescoço do País. Felizmente, ficou para trás o temor às fardas.Queremos promover o reencontro do Brasil com sua história e vamos às ruas, às universidades, às igrejas e a todos os fóruns de debate que encontrarmos. A Ordem está questionando, no Supremo Tribunal Federal (STF), se a Lei da Anistia de 1979 abrangeu crimes de tortura. Entendemos que não. Os que foram presos e torturados já pagaram suas penas, nas cadeias, processados, e no exílio. Mas seus algozes, que cometeram estupros, afogamentos, empalamentos e outras atrocidades, continuam impunes. A maioria, ainda anônima, recebe soldos e pensões como qualquer cidadão de bem. Que sejam identificados e submetidos ao devido processo legal. Assim se fará a paz.

Texto sobre o Plano Nacional de Direitos Humanos - Contribuição do companheiro Gabriel Pinheiro

Amigos uerjianos, hoje escrevo em nome do Centro Acadêmico de História da UERJ gestão “Filhos da Pública IV”, isto não significa que nas últimas vezes que escrevi para o blog ou para o jornal não tivesse sido referendado por meus camaradas de gestão, pois estes são meus irmãos de ideologia também. Por isso este texto se tornou a opinião da gestão sobre o Plano Nacional dos Direitos Humanos (PNDH 3) .

Meu primeiro texto em 2010 não poderia ter outro assunto que não o Plano Nacional dos Direitos Humanos e o ataque daqueles que podemos afirmar são os inimigos da nação brasileira e da democracia com seus ternos e gravatas disfarçados de médicos, advogados, militares e até sociólogos.

Entramos 2010 acompanhando a grande mídia e alguns filhotes da ditadura militar, como dizia Leonel Brizola, criticando uma das poucas medidas honrosas do governo Lula. Parece que em seu último ano de governo, o presidente resolveu colocar para ‘fora’ o antigo projeto de quando o PT ainda era oposição. O Programa Nacional dos Direitos Humanos sai do papel 30 depois da Lei de Anistia. Alias, lei essa que perdoou apenas os torturadores e fez valer a impunidade do terrorismo de estado.

Este tema tem sido amplamente discutido pelos membros da gestão e coube a mim a tarefa de escrever em nome do CAHIS. Esta tarefa não seria tão difícil caso o espaço geográfico e temporal fosse mais elástico, é um assunto muito vivo em nosso quotidiano. As proposições do programa estão diante de todos quando assistimos, por exemplo, aos mortos pela violência urbana – morrem mais pessoas no Brasil do que nos países em guerra -, vemos as centenas de barracões de acampamentos dos sem terra pelas estradas do Brasil, vemos ainda as políticas de extermínio da pobreza através de forças policiais desproporcionais contra toda e qualquer manifestação popular. Assistimos compatriotas que se matam todos os dias diante de suas ignorâncias forjadas pela falta de compromisso do estado que não cumpre sua função verdadeira.

O Plano dos Direitos Humanos virá discutir as chagas do Brasil como acesso a terra, moradia e justiça. O PNDH 3 é estruturado da seguinte maneira: Interação democrática entre estado e sociedade civil, desenvolvimento e direitos humanos, universalizar os direitos em um contexto de desigualdades, segurança pública, acesso a justiça e combate a violência, educação e cultura em direitos humanos, direito a memória e à verdade. Esses pontos se desdobram nas discussões sobre acesso a moradia, políticas para gays, lésbicas e transexuais, criação de uma “comissão da verdade” para investigação sobre mortos e desaparecidos no período ditatorial, discussões sobre o estatuto do idoso e leis em prol dos deficientes, além de revisão das concessões de rádio e TV ponto de maior polêmica já que as principais emissoras se fixaram com auxilio do regime militar.

Em entrevista ao Jornal “O globo” FHC afirmou que lula “vestiu o sapato errado”, isso nos permite enxergar que nem todos os militantes do início da ditadura saíram do mesmo lado ao fim dela. Os dois grandes “filhotes da ditadura” hoje são Fernando Henrique Cardozo e José Serra que tentam, a todo custo, emperrar o avanço do país, desta vez tentando atravancar o Plano Nacional dos Direitos Humanos. Ainda tentam fazer pressão para que as investigações se estendam aos militantes de esquerda mesmo que muitos deles tenham sido mortos, torturados ou exilados, ou seja, se quiserem julgar esses homens e condená-los não conseguirão, pois muitos deles, mesmo sendo inocentes, já cumpriram uma pena imposta pelo estado terrorista.
Precisamos lembrar que nem mesmo o Ato Institucional 5 deu aos militares e policiais civis o direito de torturar e matar, isso deve ser colocado em seu devido lugar, ou seja, os torturadores não devem ser torturados, muito pelo contrário, o programa propõe uma comissão de verdade para investigar esses crimes e ao judiciário caberá o julgamento, isto é, a natureza deste plano é legal, pois pretende agir diante das leis preestabelecidas pela constituição.
Com isso qualquer cidadão com o mínimo de sensatez percebe a importância deste plano para o avanço da democracia e dos direitos humanos no Brasil, por este motivo não podemos ceder aos velhos conhecidos como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador de São Paulo José Serra, desta vez travestidos nas figuras de sociólogo marxista e médico ex-militante, respectivamente.

Temos que discutir, de fato, a política de diretos humanos, mas temos que manifestar nossa posição e não apenas ficarmos em bares, corredores e rodas de amigos enquanto a reação ataca de todas as maneiras possíveis o programa.

Nós, estudantes e futuros professores, temos obrigação de apoiar esse PNDH 3, o que não exclui propor mudanças e inserções de tópicos.

Desejamos coragem ao Secretário dos Direitos Humanos Paulo Vanucchi e a todos os envolvidos nesse projeto, pois a reação já está dada. Mesmo com todas as críticas o Plano deve ser incrementado e aprofundado. Avancemos com a frágil democracia brasileira e deixamos aqui mensagem de apoio ao programa.

Aos senhores torturadores fica apenas o desejo de justiça, aos simpatizantes exigimos apenas o silêncio e o respeito àqueles que perderam suas vidas ou as de parentes queridos em um ato lamentável de covardia e abuso. Aos Senhores Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Nelson Jobim, Alexandre Garcia e muitos outros exigimos apenas silêncio em respeito aos mortos no pela fome, pela falta de moradia, pela AIDS. Silêncio pelas crianças que perderam suas vidas na prostituição, nas drogas, silêncio pelas vidas femininas desperdiçadas na sala de aborto.
Nós esperamos a boa vontade de alguns governantes para que essas leis saíssem do papel, falhamos, ficamos em silêncio e agora as leis estão de baixo de nossos narizes e continuamos parados olhando a velha e decrépita ‘direita’ tentar impedir que o povo tenha uma moradia digna e comida na mesa? NÂO!

Convoco todas as entidades políticas e sociais a apoiarem este plano mesmo com suas falhas, pois isto significa apoiar a democracia. Não podemos deixar velhos e novos torturadores soltos sem julgamento, não podemos deixar 100 milhões de brasileiros sem moradia, não podemos deixar 60 milhões abaixo da linha de pobreza, não podemos deixar a mídia que apoiou a ditadura livre de sanções, não podemos deixar os brasileiros sem acesso à educação, não podemos deixar o Brasil sem conhecer a história verdadeira do Capitão Sergio Macaco, de Luiz Carlos Prestes, Darcy Ribeiro, Leonel Brizola, e outros como Coronel Brilhante Ustra, os brigadeiros Hipólito da Costa e João Paulo Burnier. Não podemos deixar o Brasil sem o direito a VERDADE, não podemos deixar o Brasil sem Direitos Humanos.

DEIXEMOS O BRASIL COM HUMANOS DIREITOS.


"Temos, há muito tempo, guardado dentro de nós um silêncio bastante parecido com estupidez".
- Eduardo Galeano

Enviado Especial da União das Repúblicas Socialistas do 9º andar – Gabriel Siqueira

Brasil lidera ranking de repetência escolar na América Latina

Dos 41 países que compõem a região da América Latina e Caribe, o Brasil possui a maior taxa de repetência na educação básica: 18,7%. O dado é do relatório sobre educação mundial, divulgado nesta terça-feira, 19 de janeiro, pela Unesco, a organização para educação, ciência e cultura das Nações Unidas.

Depois do Brasil, os países com piores taxas de reprovação são o Suriname, com 15,7%, e a Guatemala, com 12,2%. Cuba desponta como o país em que alunos menos repetem séries no colégio: 0,5%.

O Brasil aparece também como a oitava maior população de analfabetos do mundo: são praticamente 14 milhões que não sabem ler ou escrever. A taxa de analfabetismo no Suriname e na Guatemala ultrapassa os 20%.

Estima-se que 9% da população adulta da região da América Latina e Caribe (o equivalente a 36 milhões de adultos) não seja devidamente alfabetizada e não possua conhecimentos matemáticos básicos para a vida diária.

Ainda sobre a região latino-americana e caribenha, o relatório ressalta que nove países alcançaram ou estão próximos de alcançar quatro metas de educação da Unesco e dezesseis se encontram numa posição intermediária. Na região, segundo o estudo, somente a Nicarágua está longe de alcançar as metas propostas.

O relatório da Unesco traça um amplo e detalhado panorama da situação e dos desafios da educação no mundo.

As informações são do Terra

Nota do blog: a informação a respeito da Nicarágua contradiz parecer da própria UNESCO que no ano passado declarou esse país livre do analfabetismo graças ao método cubano “yo, si puedo”. Segundo a ONU, os únicos países da América Latina livres do analfabetismo são Cuba, Venezuela, Bolívia e Nicarágua, sendo que os três últimos receberam o citado programa cubano de alfabetização.

A ONU considera um país livre do analfabetismo quando menos de 5% de sua população não sabe ler e escrever.

Os Pecados do Haiti por Eduardo Galeano

O artigo é ilustrado por pinturas de artistas haitianos

A democracia haitiana nasceu há um instante. No seu breve tempo de vida, esta criatura faminta e doentia não recebeu senão bofetadas. Era uma recém-nascida, nos dias de festa de 1991, quando foi assassinada pela quartelada do general Raoul Cedras. Três anos mais tarde, ressuscitou. Depois de haver posto e retirado tantos ditadores militares, os Estados Unidos retiraram e puseram o presidente Jean-Bertrand Aristide, que havia sido o primeiro governante eleito por voto popular em toda a história do Haiti e que tivera a louca ideia de querer um país menos injusto.
Loteria - Yordan Dabady

O voto e o veto

Para apagar as pegadas da participação estadunidense na ditadura sangrenta do general Cedras, os fuzileiros navais levaram 160 mil páginas dos arquivos secretos. Aristide regressou acorrentado. Deram-lhe permissão para recuperar o governo, mas proibiram-lhe o poder. O seu sucessor, René Préval, obteve quase 90 por cento dos votos, mas mais poder do que Préval tem qualquer chefete de quarta categoria do Fundo Monetário ou do Banco Mundial, ainda que o povo haitiano não o tenha eleito nem sequer com um voto. Mais do que o voto, pode o veto.
Veto às reformas: cada vez que Préval, ou algum dos seus ministros, pede créditos internacionais para dar pão aos famintos, letras aos analfabetos ou terra aos camponeses, não recebe resposta, ou respondem ordenando-lhe: – Recite a lição. E como o governo haitiano não acaba de aprender que é preciso desmantelar os poucos serviços públicos que restam, últimos pobres amparos para um dos povos mais desamparados do mundo, os professores dão o exame por perdido.



Cavalheiro Bem Apessoado - Pierre Louis Riche



O álibi demográfico


Em fins do ano passado, quatro deputados alemães visitaram o Haiti. Mal chegaram, a miséria do povo feriu-lhes os olhos. Então o embaixador da Alemanha explicou-lhe, em Port-au-Prince, qual é o problema: – Este é um país superpovoado, disse ele. A mulher haitiana sempre quer e o homem haitiano sempre pode. E riu. Os deputados calaram-se.

Nessa noite, um deles, Winfried Wolf, consultou os números. E comprovou que o Haiti é, com El Salvador, o país mais superpovoado das Américas, mas está tão superpovoado quanto a Alemanha: tem quase a mesma quantidade de habitantes por quilómetro quadrado. Durante os seus dias no Haiti, o deputado Wolf não só foi golpeado pela miséria como também foi deslumbrado pela capacidade de beleza dos pintores populares. E chegou à conclusão de que o Haiti está superpovoado... de artistas. Na realidade, o álibi demográfico é mais ou menos recente. Até há alguns anos, as potências ocidentais falavam mais claro.

A tradição racista

Os Estados Unidos invadiram o Haiti em 1915 e governaram o país até 1934. Retiraram-se quando conseguiram os seus dois objectivos: cobrar as dívidas do City Bank e abolir o artigo constitucional que proibia vender plantações aos estrangeiros. Então Robert Lansing, secretário de Estado, justificou a longa e feroz ocupação militar explicando que a raça negra é incapaz de governar-se a si própria, que tem "uma tendência inerente à vida selvagem e uma incapacidade física de civilização". Um dos responsáveis da invasão, William Philips, havia incubado tempos antes a ideia sagaz: "Este é um povo inferior, incapaz de conservar a civilização que haviam deixado os franceses".

O Haiti fora a pérola da coroa, a colónia mais rica da França: uma grande plantação de açúcar, com mão-de-obra escrava. No Espírito das leis, Montesquieu havia explicado sem papas na língua: "O açúcar seria demasiado caro se os escravos não trabalhassem na sua produção. Os referidos escravos são negros desde os pés até à cabeça e têm o nariz tão achatado que é quase impossível deles ter pena. Torna-se impensável que Deus, que é um ser muito sábio, tenha posto uma alma, e sobretudo uma alma boa, num corpo inteiramente negro".

Em contrapartida, Deus havia posto um açoite na mão do capataz. Os escravos não se distinguiam pela sua vontade de trabalhar. Os negros eram escravos por natureza e vagos também por natureza, e a natureza, cúmplice da ordem social, era obra de Deus: o escravo devia servir o amo e o amo devia castigar o escravo, que não mostrava o menor entusiasmo na hora de cumprir com o desígnio divino. Karl von Linneo, contemporâneo de Montesquieu, havia retratado o negro com precisão científica: "Vagabundo, preguiçoso, negligente, indolente e de costumes dissolutos". Mais generosamente, outro contemporâneo, David Hume, havia comprovado que o negro "pode desenvolver certas habilidades humanas, tal como o papagaio que fala algumas palavras".

A Reunião - Alan Estime

A humilhação Imperdoável

Em 1803 os negros do Haiti deram uma tremenda sova nas tropas de Napoleão Bonaparte e a Europa jamais perdoou esta humilhação infligida à raça branca. O Haiti foi o primeiro país livre das Américas. Os Estados Unidos haviam conquistado antes a sua independência, mas tinha meio milhão de escravos a trabalhar nas plantações de algodão e de tabaco. Jefferson, que era dono de escravos, dizia que todos os homens são iguais, mas também dizia que os negros foram, são e serão inferiores. A bandeira dos homens livres levantou-se sobre as ruínas. A terra haitiana fora devastada pela monocultura do açúcar e arrasada pelas calamidades da guerra contra a França, e um terço da população havia caído no combate. Então começou o bloqueio. A nação recém nascida foi condenada à solidão. Ninguém lhe comprava, ninguém lhe vendia, ninguém a reconhecia.

Lavadeiras - Watson Etienne


O delito da dignidade

Nem sequer Simón Bolívar, que tão valente soube ser, teve a coragem de firmar o reconhecimento diplomático do país negro. Bolívar havia podido reiniciar a sua luta pela independência americana, quando a Espanha já o havia derrotado, graças ao apoio do Haiti. O governo haitiano havia-lhe entregue sete nave e muitas armas e soldados, com a única condição de que Bolívar libertasse os escravos, uma ideia que não havia ocorrido ao Libertador. Bolívar cumpriu com este compromisso, mas depois da sua vitória, quando já governava a Grande Colômbia, deu as costas ao país que o havia salvo. E quando convocou as nações americanas à reunião do Panamá, não convidou o Haiti mas convidou a Inglaterra.
Os Estados Unidos reconheceram o Haiti apenas sessenta anos depois do fim da guerra de independência, enquanto Etienne Serres, um génio francês da anatomia, descobria em Paris que os negros são primitivos porque têm pouca distância entre o umbigo e o pénis. Por essa altura, o Haiti já estava em mãos de ditaduras militares carniceiras, que destinavam os famélicos recursos do país ao pagamento da dívida francesa. A Europa havia imposto ao Haiti a obrigação de pagar à França uma indemnização gigantesca, a modo de perdão por haver cometido o delito da dignidade.

A história do assédio contra o Haiti, que nos nossos dias tem dimensões de tragédia, é também uma história do racismo na civilização ocidental.


18/Janeiro/2010

O original encontra-se em http://www.resistir.info/galeano/www.resumenlatinoamericano.org , Nº 2146

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Sorteio dos Livros

O CAHIS realizará o sorteio dos livros que sobraram na terça-feira, dia 19/01, às 12:30 e às 18:30 na sede do CAHIS.

Pedimos aos interessados que cheguem na hora.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Relatoria do Conselho de C.A.'s do dia 11/01/2010

O conselho iniciou com a prestação de contas da gestão anterior do DCE ("Nada Será Como Antes") e das chapas que participaram da eleição passada para o Diretório.

Logo depois foi discutido o assunto referente ao Fórum Social Mundial, no qual o CAHIS, juntamente com outros Centros Acadêmicos, reclamou da má divulgação feita para a inscrição nos ônibus da UERJ e do curto prazo dado aos estudantes para efetuar a tal inscrição. Propomos que o prazo fosse prorrogado e que as vagas fossem sorteadas, ao invés de serem por ordem de inscrição, para evitar que só os conhecidos dos integrantes da atual gestão do DCE ("Um Novo Enredo") fossem ao Fórum. Infelizmente, nossas propostas foram derrotadas na votação pelo placar de 12 a 8.

O CAHIS realizou a proposta de uma criação de uma comissão do Conselho de C.A.'s para averiguar os problemas que vêm ocorrendo com o material dos cotistas. A proposta foi aprovada e cerca de 10 C.A.'s se inscreveram na comissão. Além do CAHIS, também participarão Ciências Sociais, Filosofia, Serviço Social, Artes, Enfermagem, Pedagogia do Maracanã e da FFP, Direito, Biologia, HIstória FFP e Engenharia.

Também foi criada uma comissão para rever o Estatuto do DCE.

Fórum Social Mundial: Vagas Nos Ônibus Acabaram

Recebemos informações que os três ônibus lotaram. A partir de agora (12/01) quem se inscrever fica na lista de espera, caso aja desistências, o que normalmente ocorre.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Fórum Social Mundial: Prazo para inscrição no ônibus prorrogado!

As inscrições no email do DCE visando uma vaga no ônibus da UERJ foram prorrogadas até quarta-feira, dia 13/01/2010.O procedimento segue o mesmo descrito abaixo.

Os estudantes interessados em irem ao Fórum Social Mundial 2010 em Porto Alegre (entre 25 e 29 de janeiro) deverão realizar sua inscrição pelo site http://www.fsm10.org/ até o dia 15/01/2010.Feito isso, para conseguir um lugar no ônibus da UERJ, o aluno deve enviar um email para dceuerjfsm2010@gmail.com com nome completo, RG, RID (2009/2) e comprovante de inscrição no Fórum até a data limite de 11/01/2010. As vagas no ônibus são limitadas e só disponíveis a alunos com matrícula ativa em 2009/2.A organização do ônibus está a cargo do DCE UERJ - gestão Um Novo Enredo

Atenção Cotistas que Ainda Não Pegaram os Livros!

Essa é a última semana para os estudantes cotistas retirarem os livros que têm direito. A data limite é dia 15/01/2010, sexta-feira.

Os livros devem ser retirados no Departamento de História, sala 9023 B.

Após a data acima, os livros que sobrarem serão doados à nossa biblioteca e sorteados entre os alunos do curso.
O povo paga com vidas


João Pedro Stedile: Coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)

Rio - O povo brasileiro paga com vidas pelos crimes ambientais. O início de ano está sendo uma desgraça. Dezenas de mortos, em especial no Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.

Apesar de toda propaganda de “modernismo”, no Brasil ainda se morre pela chuva, e todas as mortes poderiam ser evitadas.A televisão expõe apenas os sentimentos e as dores da população e esquece-se de debater porque esses problemas ambientais acontecem. Por que a população tem que pagar com vidas pelos crimes ambientais do modelo econômico?

Por que, num país de dimensões continentais, famílias precisam construir casas nos morros, encostas e beira de rios? Quem deu a licença para construir as pousadas na Ilha Grande, em reserva ambiental?

No Brasil, há um processo de expulsão e exclusão permanente da população pobre do acesso à terra e à moradia. Primeiro, concentram a terra e expulsam a população do interior para as regiões metropolitanas.

Nas cidades, a história se repete. Os pobres não têm como pagar aluguel. Não há casa para trabalhador, e o povo constrói nas encostas.

Em São Paulo, 400 mil imóveis estão vagos e fechados, e o déficit habitacional no País é de dez milhões de moradias. O programa de construção de um milhão de casas é bom, mas insuficiente.
Não há solução paliativa. É preciso mudar o modelo econômico. Fixar a população no interior.

Fazer uma reforma agrária e urbana, que garanta o direito à terra e à moradia para todos, sem agredir a natureza.Enquanto isso não acontece, os políticos de plantão seguirão com suas demagogias, escondendo suas responsabilidades. E, a cada ano, resta ao povo, o choro. Até que um dia ele se canse.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Aos interessados em ir ao Fórum Social Mundial 2010

Os estudantes interessados em irem ao Fórum Social Mundial 2010 em Porto Alegre (entre 25 e 29 de janeiro) deverão realizar sua inscrição pelo site www.fsm10.org até o dia 15/01/2010.

Feito isso, para conseguir um lugar no ônibus da UERJ, o aluno deve enviar um email para dceuerjfsm2010@gmail.com com nome completo, RG, RID (2009/2) e comprovante de inscrição no Fórum até a data limite de 11/01/2010. As vagas no ônibus são limitadas e só disponíveis a alunos com matrícula ativa em 2009/2.

A organização do ônibus está a cargo do DCE UERJ - gestão Um Novo Enredo

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Horário 2010/1 e Solidariedade com as vítimas das chuvas

A UERJ está arrecadando doações para as vítimas das chuvas em Angra dos Reis e Parati. As doações podem ser roupas, sapatos, alimentos não perecíveis e produtos de higiene pessoal. As doações devem ser depositadas no cercadinho que está localizado no hall do queijo.

A partir de segunda-feira (dia 11/01) estará disponível na xérox do CAHIS o horário 2010/1. Mais uma conquista dos estudantes. Desde de 2007, quando o CAHIS solicitou participar da formulação do horário junto com os professores, que podemos disponibilizar o mesmo com antecedência aos estudantes, além de evitar conflitos de horários entre as matérias de cada período.

Atenção Cotistas que Ainda Não Pegaram os Livros!

Os estudantes cotistas que ainda não pegaram os livros que têm direito, devem retirá-los no Departamento de História (Sala 9023 B) até a data limite de 15/01/2010. Após essa data, os livros que sobrarem serão doados à biblioteca e sorteados entre os alunos do curso.

Conferência do Clima: Crônica de uma Morte Anunciada


Decepção. Essa é a palavra que define as duas semanas da décima quinta Conferência da ONU para Mudanças Climáticas (COP 15) realizada entre 07 e 19 de dezembro em Copenhague, Dinamarca.
A reunião a qual se criou a expectativa de ser o palco para a formulação de um tratado que definisse os meios para uma redução na emissão de gases causadores do efeito estufa terminou sem consenso. Pior, sem qualquer medida concreta para alcançar o seu objetivo maior.
O desastre já havia sido enunciado. Os Estados Unidos, maiores poluidores, foram para a COP 15 sem regras definidas dentro do seu próprio país, já que a proposta tímida do presidente Obama para redução das emissões não foi ainda aprovada pelo legislativo norte-americano. A direção da Conferência pelo governo xenófobo e racista (os muçulmanos que o digam) da Dinamarca não mostrou pulso firme, pavimentou o caminho para um “acordão” entre os países ricos e ainda tentou, mais de uma vez, obstruir o direito ao pronunciamento dos mais pobres.


Protestos nas ruas de Copenhague em todos os dias da Conferência



A coisa já não cheirava bem quando tentaram colocar o Protocolo de Kyoto pra escanteio, logo no início dos trabalhos. Diferentes interesses estavam em jogo. Haviam os países industrializados (Estados Unidos, Canadá, Japão e União Europeia), as nações classificadas como “em pleno desenvolvimento” (China, Índia, Brasil e África do Sul); e o G – 77 (grupo dos 130 países mais pobres do mundo presidido pelo Sudão). Cada um desses grupos tem um peso diferenciado na poluição do mundo, logo cada um deveria contribuir de maneira específica para conter as mudanças climáticas.
Notoriamente, o presidente estadunidense, Barak Obama fez o papel mais lamentável da conferência. Propostas nulas, não assumindo a posição histórica de maior culpado pelo aquecimento global e ainda invadindo uma reunião dos países “em pleno desenvolvimento”, o que irritou os chineses. Obama exigia uma inspeção nos fundos que fossem destinados a esses países, mesmo quando financiados a âmbito nacional, o que soou aos chineses como intromissão em assuntos internos. No final, a inspeção foi trocada pelo termo “consulta”.
O Acordo final se quer pode ser chamado dessa forma. Por não ter sido aceito em plenário, visto que foi concebido em reuniões entre os ricos e os “emergentes”, a assembleia rejeitou o projeto. Para não acabar sem nada nas mãos, o secretário geral das Nações Unidas, o sul-coreano Ban Ki Moon, “tomou nota” do acordo, como uma carta de intenções. Venezuela, Bolívia e Cuba, assim como o G-77 denunciaram que o acordo não compromete nenhum país a nada, são somente palavras ao vento. Também relataram a forma antidemocrática que foi conduzida a COP 15, com mais reuniões às escuras do que propostas no plenário.



"Não existe planeta B”

O que foi colocado no papel é o reconhecimento de que os países devem evitar que a temperatura do planeta aumente em 2 Cº até o final do século XXI. Como isso será feito, no entanto, ninguém assumiu nada. Foi acordado também o compromisso dos ricos em financiarem a luta contra o desmatamento nos países pobres e a criação de um fundo para captação de recursos para ajudar as nações mais pobres contra os problemas gerados pela mudança climática. Alguns países ricos anunciaram doações para esse fundo, no entanto, todas aquém do necessário, esperando auferir o restante do dinheiro necessário no mercado (?!)
Frente a esse antidemocrático jogo encenado pelos países ricos, cabe relatar a heróica resistência dos manifestantes de toda parte do mundo que marcaram presença na capital dinamarquesa e levaram às ruas protestos em todos os dias do encontro.
A próxima Conferência do Clima (COP 16) está marcada para o final de 2010 na Cidade do México. Esperamos que lá se chegue a um acordo que realmente delimite metas concretas e que os países ricos assumam a sua culpa nesse problema. As consequências de um novo erro seriam catastróficas.