"O Legado de 2014"
"Gostaria de ocupar este espaço, ultimamente alvo de intensa disputa política, para expor uma indignação que não é só minha, nem dos alunos de história, nem dos universitários da UERJ, mas sim ,de todo o povo carioca representados também pela comunidade uerjiana, mas de maneira mais expressiva pela comunidade do entorno e pelos trabalhadores que convergiam para ter ali sua refeição diária. Falo da interrupção das atividades do bandejão do Maracanã (Restaurante Popular Radialista Jorge Curi), por tempo indeterminado. O que para nós era uma alternativa aos preços abusivos das refeições disponibilizadas dentro do espaço universitário, para essas pessoas representava uma alimentação de qualidade a um preço justo e que não terá substituto à altura, ou seja, essas pessoas voltaram ao estado de fome endêmica como no descrito por Josué de Castro, fome silenciosa dos que não têm uma dieta adequada e comem apenas para sobreviver. A interrupção se dá no bojo das reformas estruturais do Maracanã para atender aos parâmetros da FIFA para a realização da Copa do Mundo de 2014.
Podemos assim observar o primeiro legado da Copa, a fome do povo. Povo esse que já tem seu primeiro indicador de quem será contemplado com tal evento, que interesses serão atendidos. Vemos assim as prioridades do governo Federal e Estadual em adequar a cidade para receber eventos que prestam um “grande serviço” às empreiteiras, aos bancos e aos conglomerados multinacionais envolvidos na produção deste, excluindo o elemento popular das motivações de tal evento.
Não sou um especialista na discussão dos mega-eventos, mas acredito ser essa uma importante questão do nosso tempo. Só escrevi essas poucas letras porque nenhum outro meio de comunicação assim o fez. Acredito que uma outra Copa é possível, uma que realmente tenha algum legado social e não apenas consequências que dificultam ainda mais a vida da população.
Thiago J. Paz Angelo 10° período"
Excelente analise.
ResponderExcluirParas os ricos a copa, para o pobres resta a fome!