sábado, 20 de abril de 2013

Uma singela despedida


Texto de despedida do ex membro do CAHIS  e formando da UERJ  João Cláudio Pintillo


Caros companheiros, desde o segundo semestre de 2012 deixei de ser aluno da UERJ, formado em licenciatura plena com um C.R. 9,0, embarco agora na dura realidade do mercado para exercer com dignidade a carreira de professor de História.
Mas gostaria de deixar registrado alguns agradecimentos importantes, como os à minha turma (2007.1 noite), sempre parceira e sensível nas lutas que travamos. Fiz amigos ali que levarei para a minha vida toda.
Aos funcionários da IFCH, sempre prestativos e cordiais, apesar dos baixos salários e das difíceis condições de trabalho.
Ao CAHIS, que me deu a oportunidade de ser várias vezes seu diretor e alavancar a luta pela Universidade Necessária de Darcy Ribeiro, inclusive através do mesmo pude ser membro do CSEPE, onde conseguimos dar visibilidade a nossa luta.
Quero agradecer ao muitos colegas do curso pela amizade, carinho e apoio ao longo desses 9 semestres, por eles é que nunca me acovardei perante as intimidações dos “donos do saber”.
Quero agradecer a professora Maria Teresa Toríbio e o professor Paulo Seda pela postura coerente e eficiente na condução do Departamento de História. E também pelo apoio e carinho na minha luta para adentrar no “mestradinho das comadres”.
Agradeço também a companheira professora Tânia Neto (Diretora do CETREINA), pelos conselhos e experiências transmitidos ao longo desses anos.
Segue meu abraço aos amigos da copiadora e da cantina, sempre ao nosso lado para tudo!!!
Agradeço ao amigo bigodinho, ascensorista que nos levava para cima e para baixo de pronto emprego, apesar de espoliado pela terceirização do serviço público!
Agradeço também aos únicos professores que valeram a pena: professor Luis Edmundo Tavares, grande mestre, firme e combatente, o modelo de professor que o Brasil precisa, professor Jaime Antunes, sincero e inteligente, um exemple em sala de aula, professora Helena Araújo, sensível aos problemas dos alunos e sempre receptível, professor Celso Thompson, a maior erudição da UERJ mesclada com tanta humildade, um exemplo que machuca a pedância acadêmica e a professora Marly Abreu (Faculdade de Educação), educadora Necessária, do mais alto nível.
Um agradecimento especial ao professor companheiro Nilo Batista, pela ajuda e apoio contra os ditames repressivos da academia burguesa.
Todos os outros professores de formas diferenciadas foram lamentavelmente mais do mesmo!
Aos dirigentes da UERJ, segue meus agradecimentos ao professor Domenico Mandarino (ex-diretor do CCS), pelo seu apoio a nossa ocupação da reitoria e no caso que a professora do curso de História nos chamou de canalhas, agradeço também ao vice-reitor Volpato, pelo seu apoio aos nossos pedidos de concurso e na luta contra nossa perseguição no mestradinho das comadres.
Não posso deixar de agradecer ao povo fluminense pelo seu suor, pois foi graças aos seus impostos que me possibilitaram estudar, tem o meu compromisso em devolver cada centavo ministrando uma aula libertária e de qualidade.
À nova direção do CAHIS, deixo os meus agradecimentos pelo carinho e os convites. Coloco-me sempre a disposição, deixo como conselho a radicalização da luta, nunca deixem uma oportunidade de se manifestar passar, nunca percam o poder da crítica e não se acovardem, a coerência os colocarão no seio dos estudantes e esses sempre estarão ao lado de vocês.

Deixo aqui o meu abraço apertado aos amigos e companheiros e a UERJ, que aprendi a amar e proteger!

Até a vitória sempre!

Sobre o mestrado:

Companheiros, sei a muito tempo que a minha reprovação foi objeto de perseguição política e também pessoal, se é que posso desassociar uma coisa da outra. Minhas notas ainda não reveladas oficialmente foram 9,0 – 4,0 – 3,0.
A presidente da banca seguindo Pilatos lavou as mãos e foi viajar ficou a cerca de 3000 Km de distancia e não quis ser justa.
A professora que me deu 4,0 o fez sem nem ter lido o meu projeto, usou a sua nota por revanchismo e despeito, já que foi preterida nos últimos 6 anos pela gestão do CAHIS da qual fiz parte. Foi preterida porque nunca se colocou como útil ao projeto libertário da Universidade Necessária.
O professor que me deu 3,0, o fez por terror ideológico, reacionárismo e falta de honradez, ele também não leu meu projeto. Medíocre academicamente portou-se através dos tempos como critico da nossa gestão, mas sempre de forma covarde e sorrateira.
Ambos deixaram a tão falada “neutralidade” para me perseguir ideologicamente, já que nunca me portei como um lambe botas ou um puxa saco, figuras comuns nos bancos de Universidades.
Por isso refuto a nota que recebi, pois sei da índole dos meus avaliadores e conhecer o ineditismo e a precisão de meu projeto de pesquisa, o mesmo foi construído com os professores Celso Thompson e Edmundo da UERJ, e professores de outras Universidades públicas. A professora que me deu 9,0 foi a única a ler o meu projeto, por isso estou lutando por justiça e não por uma simples aprovação. Poderia eu ser reprovado, seria natural, mas não perseguido.
O caso está entregue a Vara de Fazenda Pública onde tramita o processo, a Defensoria Pública e os nossos advogados estão analisando uma ação cível e outra criminal, onde todos serão chamados a depor. Uma audiência em maio próximo será determinante para o caso.
Ainda sobre o mestrado, se eu estiver faltando com a verdade sobre as notas, que os envolvidos venham à publico me desmentir!

João Cláudio Platenik Pitillo.

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