segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

CAHIS convoca: Atos nessa terça-feira

Contra a criminalização das lutas no Brasil e o golpe na Venezuela

Junho não acabou.

Desde junho último milhões de brasileiros saíram às ruas para reivindicar mais qualidade nos seus direitos básicos como educação, saúde e transporte. Com uma grande demonstração de força, a classe trabalhadora conseguiu barrar o aumento das passagens em várias cidades e conquistou o passe livre estudantil em outras, reivindicação antiga do Movimento Estudantil brasileiro.

Impossibilitadas de criminalizar o maior movimento de massas do Brasil nos últimos 20 anos, a mídia e a direita brasileira passaram a disputar os rumos e o sentido das manifestações, que pediam mais Estado para garantir a seguridade social da classe trabalhadora.

Como detém o controle dos meios de comunicação de massas, a Direita conseguiu tirar o povo da rua com uma falsa sensação de vitória, pelos pequenos avanços conquistados, fazendo com que só continuasse nas ruas os Partidos e Movimentos Sociais organizados, além de muitos muitos manifestantes independentes, porém com um número incomparavelmente menor que junho.

Somados esses pontos junto a trágica morte do Cinegrafista Santiago - morte esta que ainda tem muito a ser explicada - a Direita e a Mídia, em especial a Rede Globo, conseguiram o que queriam, criminalizar a revolta legítima da população.

Neste sentido nos posicionamos contra todo tipo de criminalização aos Movimentos Sociais e ao direito legítimo de manifestação e repudiamos a tentativa da Mídia de colocar a nós manifestantes como assassinos e utilizar a trágica morte do Cinegrafista para fins de desmobilização do povo organizado.


Enquanto isso, na Venezuela...

O povo venezuelano ocupa às ruas em diversas manifestações contra e pró Governo Maduro. De forma coerente defendemos o livre direito à manifestação em qualquer país, porém, enquanto historiadores, não podemos nos furtar de uma análise histórica séria para compreendermos as distintas formas de manifestação ao redor do Mundo contemporâneo.

A Venezuela lidera hoje um grupo de Governos Progressistas na América Latina, continente que no século passado sofreu com a ingerência externa dos EUA, que implementou diversas ditaduras civis-militares onde Governos de Esquerda chegassem ao Poder.

Neste século, com formas mais sofisticadas, o mesmo EUA contribuiu para derrubar o Governo de Fernando lugo, presidente paraguaio democraticamente eleito, além de em 2002 ter orquestrado um golpe na Venezuela para depor o também democraticamente eleito Presidente Hugo Chávez, mas fracassou devido ao grande apoio da população venezuelana que foi às ruas defender a Democracia, mas sobretudo o projeto bolivariano para ‘nuestra america”.

Marx já dizia que a História se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa e lá está o povo venezuelano, mais uma vez, nas ruas, para barrar a farsa organizada pelo tripé golpista venezuelano, a Direita fascista liderada por Leopoldo López, a Mídia saudosista do golpe de 2002 com seu show de manipulação e, claro, os EUA, de olhos na maior reserva de Petróleo do Mundo.

Sendo assim, longe de criminalizarmos a Oposição organizada venezuelana que quase venceu o último pleito eleitoral e que controla diversos Estados e Municípios venezuelanos, repudiamos a clara tentativa de golpe no Governo Maduro, assim como qualquer intervenção externa, pois defendemos a resolução dos conflitos de forma soberana pelo povo venezuelano ou por qualquer outro povo e saudamos os avanços da revolução bolivariana em curso na Venezuela. 

Que o Governo Dilma se some aos esforços da Venezuela e do bloco de Governos Progressistas na América Latina em consolidar as estruturas contra hegemônicas de poder criadas pelo ex-Presidente Hugo Chávez como a ALBA, a Tele Sur, a Unasul, o Banco do Sul, etc.


Vai continuar tendo luta no Brasil!
Viva a Revolução Bolivariana!
Te cuida Imperialista, a América Latina vai ser toda Socialista!


domingo, 23 de fevereiro de 2014

CAHIS informa: Passe Livre Universitário

Sabendo que não aumentaria o preço da passagem sem resistência, nosso Prefeito resolveu ceder em alguns pontos e aumentou o número de passagens dos estudantes secundaristas para que eles possam utilizar aos finais de semana e ter o tão falado “direito à Cidade”, além de transformar o Bilhete Único Universitário de meia-passagem que os Cotistas e ProUnistas têm direito para gratuidade integral com 76 passagens por mês. 

Qualquer Universitário com renda per capita de até um salário mínimo também terá direito a este Bilhete Único. 

Identificamos essa ação do Prefeito, não como um surto de consciência ou benevolência de sua parte, mas como um artifício já conhecido de tentativa de rachar o Movimento Passe Livre e as manifestações em geral pela Tarifa Zero, manifestações estas que são compostas majoritariamente por Universitários.

No entanto, sabemos o quanto faz diferença a economia da passagem no final do mês no bolso do estudantes da UERJ, sobretudo os cotistas. As informações sobre como proceder para a emissão do passe livre encontram-se nos links abaixo:


http://www.caiac.uerj.br/bilheteunico.html
http://www.riocard.com/passelivre/faq.asp

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Nota de repúdio ao racismo contra o atleta Tinga

Nota em repúdio ao racismo cometido contra o atleta Tinga:

Na ultima quarta-feira (12/02/2014), na partida contra o Real Garcilaso, realizada no Peru pela Copa Libertadores da América, o meio-campista do Cruzeiro Esporte Clube, Tinga, foi vitima de um racismo escancarado: Quando tocava na bola, sons que imitavam um macaco ecoavam pela arquibancada. O referido jogador, ao final da partida, afirmou : “Eu queria não ganhar todos os títulos da minha carreira e ganhar o título contra o preconceito contra esses atos racistas. Trocaria por um mundo com igualdade entre todas as raças e classes”. Infelizmente, essa mazela enraizada na sociedade de classes, também se amplia ao futebol.

Infortunadamente, o futebol, desde sua gênese em fins do século XIX, foi acompanhado pelo racismo e pela segregação de um grupo de pessoas que desejavam participar do esporte. No futebol brasileiro isso não foi diferente. Desde a exclusão de atletas negros para convocações da seleção brasileira nos anos 20, com a prerrogativa de que a nação brasileira não poderia ser identificada por “pessoas de cor”, até os xingamentos proferidos contra o atleta do Cruzeiro, os negros sempre foram alvos de preconceito no meio futebolístico.

No futebol brasileiro, as evidências mais descaradas de racismo foram durante o período de tensão envolvendo o profissionalismo e o amadorismo, muito porque, e até de maneira contraditória, esse histórico momento de ruptura foi marcado pela entrada de negros e de atletas oriundos das camadas mais baixas da sociedade, fazendo até então com que o esporte de identificação social da Elite, se pintasse de negro e de pobre.

Falar de futebol e racismo e não citar dois exemplos categóricos é tornar qualquer tentativa de análise da temática incompleta. O primeiro desses exemplos é a atitude histórica realizada pelo Club de Regatas Vasco da Gama. No ano de 1923, o clube da Colina Histórica contando com 12 jogadores que não correspondiam aos anseios de sportman da elite carioca, representada, principalmente, pelo Fluminense Football Club, vence o campeonato carioca e promove um rebuliço nas estruturas hegemônicas do futebol carioca.

A reação não demorou a chegar e, no ano seguinte, após uma articulação política envolvendo principalmente Pollo, dirigente do Fluminense, a AMEA (Associação Metropolitana de Esportes Athleticos) é criada e o Vasco se vê expulso e impedido de jogar na associação. É quase unanimidade entre historiadores, exceto por Antonio Jorge Soares e sua visão obsoleta de história, que a discussão estava além do profissionalismo e do amadorismo, era também uma questão de identidade social de uma elite entrincheirada com o avanço dos negros no futebol; era uma questão de classe e racismo.

Frente a isso, o CRVG, através do seu presidente José Augusto Prestes, emite uma carta histórica comunicando que, em defesa dos seus atletas, desistiria de participar da AMEA.

Outro exemplo que merece destaque é a resistência de atletas, como por exemplo, o fenômeno Leônidas da Silva. Nesta conjuntura adversa, o diamante negro, claramente reconhecido e autointitulado como boleiro, termo esse utilizado em oposição ao sportman, com sua resistência e habilidade virou ícone e representava uma tensão e uma critica ao modelo inglês de futebol que a elite apreciava. 

Leônidas da Silva era mais que um jogador, era um craque. Apresentando um futebol popular e divertido, o nosso querido ídolo e atleta limpava os gramados do racismo e conservadorismo, contribuindo, cada vez mais, para que o futebol apresentasse uma feição mais brasileira.

Nesse sentido, o CAHIS-UERJ presta sua solidariedade ao atleta do Cruzeiro e repudia veementemente qualquer manifestação de racismo em práticas desportivas. Além disso, exaltamos e torcemos para que apareçam mais figuras históricas e de resistência, como o Club de Regatas Vasco da Gama , como o atleta cruzeirense Tinga e o grandioso boleiro Leônidas da Silva que exerceram uma critica e uma resistência frente ao racismo e ao conservadorismo no futebol brasileiro.

CAHIS convida: Trabalho de Campo "Resistir é Preciso"


O ano de 2014 marca muitas datas a serem lembradas e debatidas. Uma dessas datas, dia 01/04/2014 marca os 50 anos de um momento sombrio, que muitas vezes passa por tentativas desonestas e macabras de ser apagado, varrido da história do Brasil e minimizado: o Golpe Militar. 

Nós do CAHIS-UERJ achamos esse período deve ser lembrado, discutido e, sobretudo, revelado. Para que mentiras não sejam recontadas. Para que a memória daqueles que tiveram suas vidas ceifadas, seja trazida de volta a luz. Para que crimes sejam esclarecidos e punidos.

E para dar início as atividades do CAHIS sobre os 50 anos do Golpe Militar no Brasil, convidamos a todos para mais um Trabalho de Campo. Nosso destino será a exposição realizada pelo Centro Cultural do Banco do Brasil, intitulada “Resistir é Preciso”. Theotonio dos Santos, economista e cientista político brasileiro, será nosso guia. 

Nosso objetivo com esse trabalho de campo é discutir e explorar, com base na exposição, esse tema tão importante, porém tão ignorado pelo nosso currículo.

“Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia”
 Chico Buarque


Trabalho de Campo – “Resistir é preciso”
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/278404122314240

Exposição que marca os 50 anos da ditadura militar no Brasil (1964-1985) idealizada pelo Instituto Vladimir Herzog, apresentando as lutas pela reconstrução da democracia por meio das artes plásticas, obras de fotojornalismo, videodepoimentos e documentação do período.Curadoria de Fábio Magalhães. 
(http://culturabancodobrasil.com.br/portal/eventos/artes-visuais/resistir-e-preciso-3)


Dia 19/03/2014 – quarta-feira


Guia: Theotonio dos Santos
Início: 11:00 h - Término: 12:00 h

Pontos de encontro: 

- 10:00 h – UERJ, na Sede do CAHIS, para quem não sabe chegar lá (haverá membros do CAHIS esperando e organizando. Iremos de metrô.)
- 10:30 h – Centro Cultural do Banco do Brasil, Rua Primeiro de Março, 66 – Centro (nos encontramos no Hall da Livraria Travessa)


Organização:


- Nosso trabalho de campo começa as 11:00 h em ponto. 


Contatos: 

982570779 (Marina)
983838542 (David)

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

CAHIS informa: Calendário Acadêmico 2014.1

Pois é. Mal acabou 2013.2 (em 2014, diga-se de passagem), já precisamos nos preocupar com aquelas datas de sempre. Muita gente veio nos perguntar, com muitas dúvidas. Bom, o Calendário Acadêmico de 2014 foi aprovado há poucos dias atrás, por isso não tínhamos essas respostas antes.

Aqui vai um resumo das datas mais importantes (e preocupantes):


Lembramos aos calouros que as primeiras inscrições em disciplinas são feitas na Secretaria do IFCH. A partir do 2º período é que vocês passam a utilizar o Aluno Online.

Para mais datas e maiores informações, segue o link do Calendário Acadêmico, pelo site da UERJ: http://www.uerj.br/comunidade/arquivos/ca2014/

CAHIS informa: Despedida do professor Paulo Seda

Como alguns alunos já sabem, 2014 trouxe um novo curso a UERJ: Arqueologia. 

O professor Paulo Seda (que além de professor estava a frente do Departamento de História) deixará o nosso curso para se dedicar a construção do curso Arqueologia e nos pediu para que publicássemos, a todos os alunos de História, sua carta de despedida. 

Desejamos sorte nessa nova empreitada e agradecemos por ter cumprido seu papel como professor no curso de História. O professor Paulo Seda, merecedor de todas as homenagens e desejos de boa sorte, cumpriu plenamente com seu ofício de historiador e professor e, em tempos como esse, simplesmente cumprir com seu papel e função social é digno de todas as felicitações.