Contra a criminalização das lutas no Brasil e o golpe na Venezuela
Junho não acabou.
Desde junho último milhões de brasileiros saíram às ruas para reivindicar mais qualidade nos seus direitos básicos como educação, saúde e transporte. Com uma grande demonstração de força, a classe trabalhadora conseguiu barrar o aumento das passagens em várias cidades e conquistou o passe livre estudantil em outras, reivindicação antiga do Movimento Estudantil brasileiro.
Impossibilitadas de criminalizar o maior movimento de massas do Brasil nos últimos 20 anos, a mídia e a direita brasileira passaram a disputar os rumos e o sentido das manifestações, que pediam mais Estado para garantir a seguridade social da classe trabalhadora.
Como detém o controle dos meios de comunicação de massas, a Direita conseguiu tirar o povo da rua com uma falsa sensação de vitória, pelos pequenos avanços conquistados, fazendo com que só continuasse nas ruas os Partidos e Movimentos Sociais organizados, além de muitos muitos manifestantes independentes, porém com um número incomparavelmente menor que junho.
Somados esses pontos junto a trágica morte do Cinegrafista Santiago - morte esta que ainda tem muito a ser explicada - a Direita e a Mídia, em especial a Rede Globo, conseguiram o que queriam, criminalizar a revolta legítima da população.
Neste sentido nos posicionamos contra todo tipo de criminalização aos Movimentos Sociais e ao direito legítimo de manifestação e repudiamos a tentativa da Mídia de colocar a nós manifestantes como assassinos e utilizar a trágica morte do Cinegrafista para fins de desmobilização do povo organizado.
Enquanto isso, na Venezuela...
O povo venezuelano ocupa às ruas em diversas manifestações contra e pró Governo Maduro. De forma coerente defendemos o livre direito à manifestação em qualquer país, porém, enquanto historiadores, não podemos nos furtar de uma análise histórica séria para compreendermos as distintas formas de manifestação ao redor do Mundo contemporâneo.
A Venezuela lidera hoje um grupo de Governos Progressistas na América Latina, continente que no século passado sofreu com a ingerência externa dos EUA, que implementou diversas ditaduras civis-militares onde Governos de Esquerda chegassem ao Poder.
Neste século, com formas mais sofisticadas, o mesmo EUA contribuiu para derrubar o Governo de Fernando lugo, presidente paraguaio democraticamente eleito, além de em 2002 ter orquestrado um golpe na Venezuela para depor o também democraticamente eleito Presidente Hugo Chávez, mas fracassou devido ao grande apoio da população venezuelana que foi às ruas defender a Democracia, mas sobretudo o projeto bolivariano para ‘nuestra america”.
Marx já dizia que a História se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa e lá está o povo venezuelano, mais uma vez, nas ruas, para barrar a farsa organizada pelo tripé golpista venezuelano, a Direita fascista liderada por Leopoldo López, a Mídia saudosista do golpe de 2002 com seu show de manipulação e, claro, os EUA, de olhos na maior reserva de Petróleo do Mundo.
Sendo assim, longe de criminalizarmos a Oposição organizada venezuelana que quase venceu o último pleito eleitoral e que controla diversos Estados e Municípios venezuelanos, repudiamos a clara tentativa de golpe no Governo Maduro, assim como qualquer intervenção externa, pois defendemos a resolução dos conflitos de forma soberana pelo povo venezuelano ou por qualquer outro povo e saudamos os avanços da revolução bolivariana em curso na Venezuela.
Que o Governo Dilma se some aos esforços da Venezuela e do bloco de Governos Progressistas na América Latina em consolidar as estruturas contra hegemônicas de poder criadas pelo ex-Presidente Hugo Chávez como a ALBA, a Tele Sur, a Unasul, o Banco do Sul, etc.
Vai continuar tendo luta no Brasil!
Viva a Revolução Bolivariana!
Te cuida Imperialista, a América Latina vai ser toda Socialista!
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