quinta-feira, 2 de agosto de 2012

ENEH 2013 - UERJ

A delegação do Rio de Janeiro, que saiu em direção Encontro Nacional dos Estudantes de História (ENEH 2012) – UNIFESP GUARULHOS trouxe na bagagem a missão de sediar tal Encontro no ano de 2013. Aceitamos o desafio de sediar o Encontro Nacional no Rio de Janeiro e contamos com a contribuição de tod@s!




*Por hora, estamos divulgando a carta de intenções aprovada na plenária final do ENEH 2012 :


A UNIVERSIDADE NECESSÁRIA E OS DESAFIOS DO HISTORIADOR: REFORMA CURRICULAR E A UTILIDADE DA HISTÓRIA

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro possui hoje a experiência mais popular de todo o sistema de Ensino Superior no Brasil. No ano de 2012 comemora-se 10 anos da implantação do sistema de reserva de vagas para negros, índios, portadores de necessidades especiais, filhos de militares mortos em combate e estudantes oriundos da rede pública de ensino. Inovadora na implementação das cotas, a UERJ conta em seu corpo discente com parcelas da população historicamente alijadas do ensino superior. Com todos os limites e deficiências de tal sistema, indubitavelmente, a reserva de vagas permitiu uma importante democratização do acesso à Universidade que entra em choque, inclusive com a lógica excludente do vestibular.
No entanto, a ampliação do acesso não garante, por si mesma, a formação crítica do sujeito. É por isso que se faz necessário um projeto político ideológico que contemple a produção de um conhecimento transformador, forjando a consciência questionadora, propositiva e militante dos estudantes. Para que enfim, o alerta de Darcy Ribeiro não permaneça vigente: “Eles bem sabem que, quando diplomados, também serão aquietados pelo poder disciplinador do trabalho e da fadiga; dissuadidos pelos seus próprios ideais, pelas responsabilidades da família e pela compostura profissional; e degradados pela ferocidade da competição econômica em que terão de mergulhar e pela qual serão, afinal, convertidos em tranquilos guardiões da ordem”.
Este debate perpassa, sem dúvida, pelo conteúdo curricular aplicado na formação do historiador. Cabe lembrar, ainda, que o profissional da História cumpre dupla função social. Ao mesmo tempo que investiga os processos de formação da sociedade, em seus diversos aspectos, é responsável pela difusão desse saber para um grande contingente da população nas salas de aula. Para que formemos um pesquisador e educador crítico precisamos de uma formação do mesmo nível. Isso impõe a necessidade do debate e da construção de uma REFORMA CURRICULAR.
O currículo do curso de História nas IES do Brasil é o mesmo da ditadura, mascarado pela falsa ‘redemocratização’. As ementas das disciplinas baniram de seus estudos os pensadores brasileiros (e de outras nações) mais críticos, tais como Darcy Ribeiro, Ruy Mauro Marini, Nelson W. de Sodré, Guerreiro Ramos, Álvaro Vieira Pinto e tantos outros. Além disso, os substituíram por um sem fim de autores franceses, estadounidenses, britânicos e etc. que nunca escreveram sequer uma linha sobre o Brasil. Chegamos ao final da faculdade sabendo mais da Revolução Gloriosa do que da Conjuração Baiana, da Sabinada ou da Balaiada. Sem contar a discussão superficial – ou sua completa ausência – do período que abrange desde os anos 30 até os dias de hoje.
Sendo assim, cabe ao ESTUDANTE DE HISTÓRIA discutir e lutar pela reformulação dos currículos dos cursos, de modo que o conhecimento produzido possa interferir drasticamente em prol da melhoria das condições de vida daqueles que mais necessitam em nossa sociedade: a classe trabalhadora e as massas populares.
Dialeticamente este debate não foge do enfrentamento e do combate por uma Universidade que seja popular em sua prática, que sirva ao povo: a Universidade Necessária.
Convidamos, então, os ESTUDANTES DE HISTÓRIA, reunidos neste Encontro Nacional a construir o ENEH 2013, na cidade do Rio de Janeiro, tendo sua sede na UERJ. Nossa Universidade (Campus Maracanã) se localiza no caminho diário da classe trabalhadora. É a única universidade pública do Estado pela qual passa a linha de trens urbanos que ligam o centro da cidade aos bairros mais afastados e à Baixada Fluminense. Além disso, está de frente para o morro da Mangueira e para a Favela do Metrô – que está sendo brutalmente removida para as obras do Maracanã. Sua localização geográfica, portanto, permite uma experiência política inigualável.
Pela reconstrução do ENEH! Pela reconstrução coletiva da FEMEH! Por um movimento estudantil crítico e transformador!


RIO ENEH 2013 – UERJ – Campus Maracanã

“Ou conseguiremos na luta tudo aquilo que reivindicamos ou arrasaremos o mundo com nossas tentativas.”                                                     Huey Newton – Partido dos Panteras Negras


Segue abaixo o vídeo que anuncia a candidatura do CAHIS UERJ para sediar o ENEH 2013.




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