No último feriado, atendendo a um convite, os alunos Gabriel (Valdiran), Fernando Pimentel e Carolyna Barroca foram conhecer a Escola Nacional Florestan Fernandes. Esta existe, principalmente, para atender as demandas do MST e é um grande exemplo de ações coletivas que podem transformar a sociedade. Sua estrutura abrange espaços destinados às aulas, alojamento de alunos matriculados nos cursos para os quais foram designados, quadra e uma grande área aberta, na qual também se encontra uma pequena horta para a subsistência dos alunos. Sua construção se deu com o trabalho coletivo de militantes do movimento e de brigadas de diversos estados. E na sua atual manutenção, o trabalho coletivo ainda se faz presente, visto que são os próprios alunos que se revezam na limpeza e na organização do espaço.
Seu projeto político-pedagógico não é feito da mesma maneira que as escolas regulares do resto do Brasil, incluindo as que ficam nos assentamentos do MST. A escola segue as demandas do movimento disponibilizando diversos cursos de âmbitos político, cultural, filosófico, e, principalmente, humanitário de durações variadas que dependem da disponibilidade de seus alunos. Muito de seus conteúdos e as discussões que são travadas aparentaram ser de melhor estrutura, organização e formação que alguns cursos do nosso próprio currículo de História. Mesmo aqueles que possuem duas semanas ou dois meses de duração. Mas ainda que seja estruturada para o MST, a escola não deixa de travar, todos os finais de semana, debates abertos a todos que queiram, com temas importantíssimos sobre questões atuais do Brasil e da América Latina, principalmente.
Por ser uma escola tão importante ao MST e, principalmente, por não seguir a ideologia educacional alienante da burguesia, a Escola vem sofrendo diversos ataques. Além dos ataques midiáticos dentre os quais, inclusive, já foi disseminado que é uma escola de formação de guerrilheiros do MST, a escola sofreu nos últimos dias um ataque do Estado paulista. Foi-lhe negado o direito de criar alguns animais que eram usados na alimentação dos alunos e professores mesmo enquanto os sítios no entorno possuam esse direito. A Escola sobrevive com doações financeiras de seus associados. Destes, nem todos possuem cunho ideológico revolucionário, mas acreditam e gostam do projeto desenvolvido pela escola.
Um projeto pautado, como já foi dito, na formação realmente crítica dos alunos e totalmente embasado no real humanitarismo, através do qual a noção de trabalho e diversas outras ações coletivas é a mola propulsora da transformação social.
Parabéns companheiros pela determinação em conhecer bem de perto o trabalho maravilhoso do MST.
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