“Memória de um tempo onde lutar por seu direito
É um defeito que mata...”
É um defeito que mata...”
Gonzaguinha
No dia primeiro de Abril de 1964 o Brasil podia ter sido outro. Poderíamos ter acordado com as reformas de Base, com um Brasil mais justo e soberano, entretanto acordamos no dia da mentira, no dia que durou 21 anos... ou talvez um pouco mais.
Nós do CAHIS, cremos que o Brasil não dormiu e nem acordou em 1° de Abril de 1964, pelo contrário permanecemos dormindo, ou melhor, TENTANDO sonhar. Hoje, em pleno século XXI, o Brasil tenta acordar. Nós Brasileiros estamos tentando acordar, mesmo com o cheiro forte de formol que os generais nos obrigaram a inalar. Acordamos tontos sem saber bem onde estamos, vendo ruas e avenidas com nomes de torturadores, estupradores e assassinos. Ainda com a visão embaçada enxergamos ‘velhos’ passeando nas ruas com seus cachorros e lembramo-nos do que fizeram há 40 anos. Esses senhores andando por aí com seus suspensórios e carros de luxo venderam o nosso país há 48 anos, mataram nossos pais e torturaram nossas mães e avós. E AINDA QUEREM COMEMORAR. Diante disso ficam algumas perguntas:
Será que na Alemanha os nazistas comemoram o HOLOCAUSTO? Ou na Itália se comemora o FASCISMO? Nos EUA se comemora a SEGREGAÇÃO RACIAL? Ou será que só no Brasil se comemora a TORTURA E O ASSASSINATO?
De fato, começamos a acordar e perceber que aqueles que nos ‘apagaram’ ainda estão comemorando e os que já morreram deixaram seus filhotes em toda parte. Estão no Congresso, na Câmara, no Senado, nas escolas e UNIVERSIDADES também. Pois quem não tem conhecimento vá ver com os próprios olhos o ESTATUDO DA UERJ que data de 1971, exatamente no auge do Ato Institucional N° 5. Nos últimos anos esse estatuto tem sido bastante utilizado contra estudantes que apresentam críticas a atual Reitoria. O próprio diretor do Centro Acadêmico de História – Gabriel Siqueira respondeu, além de um processo criminal, mais de três sindicâncias na UERJ no último ano. Parafraseando o título de um bom livro, afirmamos que isso é: “O que restou da DITADURA”
Se a ditadura já tivesse acabado não teríamos uma comemoração do Golpe no Clube militar, não teríamos uma Rua Sergio Fleury (um dos maiores torturadores da história), nem uma Avenida Castelo Branco e nem políticos como Bolsonaro e Maluf.
Essa história tem que ser contada nas escolas, nos botecos, nos teatros, etc. Por fim, temos que diagnosticar o resto da Ditadura que está no nosso nariz, isto é, a Universidade do Golpe, os currículos que excluíram todos aqueles autores/personagens que se contrapuseram a DITADURA como, por exemplo, o General e Historiador Nelson Werneck Sodré, o capitão Carlos Lamarca, Darcy Ribeiro, Luiz Carlos Prestes, Guerreiro Ramos, Paulo Freire e outros milhares que não podemos esquecer. E por tudo isso:
· TODO APOIO À COMISSÃO DA VERDADE
· PELA PUNIÇÃO DOS DITADORES E TORTURADORES DO REGIME MILITAR
· PELA REFORMA CURRICULAR QUE REVEJA A HISTÓRIA OFICIAL CONTSRUÍDA À CUSTA DO SILÊNCIO E DA MORTE DE MUITOS
Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Geraldo Vandré
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