Durante os últimos dias estamos testemunhando uma mobilização memorável dos profissionais da educação pública do Rio de Janeiro: as Redes Municipal e Estadual cruzaram os braços contra as atitudes arbitrárias e descabidas dos “excelentíssimos” governantes Eduardo Paes e Sérgio Cabral. Em um país onde tanto se entrega para a especulação imobiliária, para os grandes eventos e para a iniciativa privada, o plano de Carreira proposto pela Prefeitura e a situação dos educadores dos colégios estaduais é lastimável. E como sempre, para resguardar os golpes contra a educação, os diversos grupos midiáticos mascaram as atitudes políticas contra a categoria, enquanto as forças de segurança reprimem educadores com o uso da força.
Na verdade, o que se passa do lado oposto à nossa luta parece um grande circo sujo, um misto de descaso, hipocrisia e violência: de um lado, um tirano “combalido” pelas recentes mobilizações populares, tenta disfarçar sua postura (anti) ética com propostas irrisórias que nada mais são que a perpetuação do definhar da Rede Estadual. Do outro, um prefeito cuja imagem é quase impossível desassociar de um grande nariz vermelho, com um leque de piadas sem graça, propagadas aos montes pelas famílias que monopolizam a comunicação em nosso país: anedotas do tipo “60 por cento de aumento” são propagadas em rede nacional enquanto, com o respaldo do tirano do Leblon, a Polícia Militar e a Tropa de Choque tentaram retirar os professores que ocupam a Câmara dos Vereadores utilizando como justificativa uma LIMINAR DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE VENCIDA e com o insucesso de tal postura ridícula, PARTEM PARA A AGRESSÃO, FERINDO EDUCADORES E PRENDENDO COM A JUSTIFICATIVA DE “DESACATO” AQUELES QUE RESISTIRAM AO ABSURDO COMETIDO POR TAIS FORÇAS REPRESSIVAS.
Entretanto, nada disso é surpreendente. Ou esperaríamos outra coisa de um governador que colocou sua polícia para ameaçar atirar nos professores grevistas em 2009, que colocou sua Tropa de Choque para agredir e prender sem provas manifestantes nos últimos meses e que nesta semana deixou tão claro que sua Polícia estava preparada para a covardia na Câmara de Vereadores? Ou então de um prefeito que afirma que não matricularia seus filhos nas escolas de sua gestão e de uma Secretaria Municipal de Educação que conta em sua chefia com uma administradora cujo conhecimento relacionado à escola parece se limitar aos números que ela utiliza para instituir a meritocracia nas instituições de ensino?
Desta forma, o Centro Acadêmico de História reitera seu apoio aos profissionais de educação e convida todos os estudantes a se unirem nesta luta por uma educação de qualidade, possível apenas com a valorização de todos os profissionais nela envolvidos (desde os refeitórios às salas de direção), com Planos de Cargos e Carreira justos e escolas tendo mais prioridade que remoções arbitrárias e eventos passageiros e que nenhum legado deixarão ao futuro. Convocamos todos a comporem a resistência dos educadores na Câmara Municipal e na Alerj, a pôr em prática nosso papel de educadores e lutarmos contra a destruição da educação imposta por governos alheios aos interesses do povo. Convocamos todos a mostrarem seu repúdio à atitude truculenta e fascista da Polícia Militar em desocupar a Câmara de forma tão violenta, ferindo mulheres e prendendo educadores. Não recuemos, somos educadores e pelo ensino público de qualidade devemos lutar. Ser professor e não lutar é uma contradição pedagógica!
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